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27 de dez. de 2013

O Hobbit: A Desolação de Smaug

Olá meus caros! Como vão todos? Eu espero que bem, hoje é dia de falar sobre o segundo filme da trilogia O Hobbit, pra quem ainda vai ver não precisa se preocupar, eu deixarei avisos evidentes de spoiler quando for fazer um, mas é aconselhável que esteja pelo menos por dentro da história do livro.

Peter Jackson já se mostrou ser o melhor diretor que os filmes inspirados no trabalho do Tolkien poderiam ter, ele não se contenta  em apenas reproduzir o que as páginas do livro descrevem, muito menos estragar tudo fazendo só o que seu ponto de vista diz que vai ser bom, nosso caro diretor sabe recontar as histórias ao seu próprio modo sem tirar o contexto nem a proposta original, elevando tudo a um novo patamar do entretenimento cinematográfico.

A historia é a continuação direta do primeiro filme(duh) e se foca na dificil jornada de um acomodado hobbit chamado Bilbo Bolseiro que é convencido a partir em direção a uma montanha gigante para ajudar um bando de anões a recuperar seu magnífico tesouro roubado pelo último dragão da Terra Média.

Que orgulho, consegui resumir tudo em três linhas ^ ^

A questão, já citada aqui na minha postagem sobre o primeiro filme é sobre como um livro tão simples e rápido rende uma nova trilogia de quase três horas cada filme.

Claro que muita coisa precisa ser inventada, muitas cenas precisam ser estendidas e outras, talvez de menor relevância, reduzidas.


Aqui, começamos com a introdução ao personagem Beorn, o troca-peles que oferece abrigo aos anões, ao mago e ao hobbit, Beorn curiosamente teve uma participação curta, eu poderia dizer que sua participação consegue ser menor do que a do livro, o que não é um problema, o personagem é interessante nas duas mídias, mas acho que ele ficou grandioso demais no filme para ser resumido a uma simples ferramenta de roteiro, por sorte, vamos ter a chance de vê-lo em combate no terceiro filme, e isso provavelmente vai valer muito a pena.

Meu próximo destaque agora é para a floresta sombria, e o que me fez perceber a liberdade que a equipe de design do filme está tendo, na trilogia do anel esta floresta provavelmente seria retratada da forma mais realista possível, muito semelhante a uma floresta comum, apenas com o fato de que seria muito densa e obviamente escura, mas não em O Hobbit! O lance que mais me agrada nestes novos filmes é que eles não são carimbados com aquele ar de "O SENHOR DOS ANÉIS". Na verdade muitas vezes pensamos estar assistindo a uma magistral partida de D&D convertida em filme, tudo está cheio de variedade, sem uma arquitetura padronizada, o lado caricato e exagerado da Terra Média é trazido a tona, o resultado é uma floresta sombria retorcida, uma Cidade do Lago parecendo uma versão gótica de Veneza e o melhor dragão já visto no cinema.




É claro que tem gente que não gostou do filme, ainda mais depois da ridícula cena que o pessoal do Nerdcast fez ao ficar um programa INTEIRO de mimimi por conta de seus gostos pessoais terem sido frustrados, e muita gente foi nessa onda de odiar o trabalho só porque é diferente do livro.

Bom, eu também digo que ele é diferente do livro, e mais, digo que é MELHOR do que o livro. Claro que é opinião minha e isso não implica nada.
Mas pense por um instante, por quê você se obrigaria a gostar mais de alguma coisa so porque ela veio antes e é cult? A historia do livro está lá, contada de forma clara e é exatamente igual, a diferença são as sub-tramas e as cenas de ação, ou vai me dizer que os anões deveriam chegar até a montanha apenas contando com a sorte, assim como foi no livro?

Existem duas críticas negativas que tenho a fazer no entanto.
A primeira é sobre o uso da CGI. O primeiro filme parece ter efeitos melhores do que este, mas não entenda errado, como um todo ele é fantástico, algo do nível de AVATAR, mas quando você presta atenção nos detalhes eles parecem irreais demais, assim como os orcs, que ficariam mais legais se fossem feitos com atores e maquiagem, como na trilogia do anel, o Smaug pode te deixar de boca aberta por todo o tempo em que ficar em cena, tudo no dragão está muito bem-feito, mas suas escamas ficaram tão sutis que as vezes ele parece que não as tem.

A segunda é SPOILER, mas não é nada crucial, então pode ir ver o filme, ele já está recomendadíssimo.

Existe um romance entre o anão mais novo do grupo Kíli e uma elfa chamada Tauriel, esta personagem foi inventada para o filme e eu não tenho reclamações quanto a ela, o problema disso tudo é exatamente o romance.
Eu não vou dizer coisas estúpidas do tipo "anões e elfos não devem ficar juntos", "isso não tem no livro, por tanto é uma merda", "romance é desnecessário". O que eu quero dizer é que o romance precisa repercutir em algo, é claro que ainda é cedo para dizer isso pois temos mais um filme pela frente, só que tudo indica que esta historia está lá só pra dar um sentido para o Kili ser relevante, o que me frustra, pois muitas outras desculpas poderiam ser inventadas. A questão é que não tem graça ver um amor inusitado surgir em um filme só para mudar conceitos de nerds grotescos.
Se Peter Jackson fez isso só porque achou que ficaria legal, foi uma bola fora.
                                            ACABARAM OS SPOILERS 




Então é isso, já faz um bom tempo que estou com esse post parado aqui, mas o importante é que finalmente terminei ele. Estou pensando em fazer um mega-post sobre Doctor Who, contando um pouco da historia e falando sobre o grande e misterioso alienígena que protagoniza a série, mas ele só virá ano que vem.


















25 de dez. de 2013

Especial de Natal do Guardião!

Olá amados leitores! Hoje é Natal, aquele dia vermelho e verde  onde fingimos estar bem com todo mundo e comemos dezesseis vezes mais do que de costume.

Hoje também é dia de falar bobagens, então.... a minha postagem sobre O Hobbit: A Desolação de Smaug vai ter que esperar um pouco mais.
Quem sabe dia 26... quem sabe.

Pois bem, o que eu poderia escrever de interessante o suficiente aqui para segurar sua atenção até o fim da postagem?

Hmmm.... >.< desgraça...  isso é difícil.
Vamos falar de algo sombrio sobre o Natal então, eu sou bom nessas coisas e somando ao fato de que acho essa data uma droga exatamente por não ter neve aqui e nem gente que sabe fingir se importar direito, acho que posso fazer um post bem bacana.

Senhoras e senhores... eu lhes apresento (ou não) ao Krampus!


 AHAAAAAA por essa você não esperava!

Você aí, criança rebelde, vivendo sua vida no limite e mostrando o dedo do meio para adultos moralistas (bom trabalho), saiba que a turminha do Noel está de olho em você! E não falo de Elfos baixinhos e nem de renas mágicas escravizadas, eu me refiro a esta notável criatura que se encaixa perfeitamente bem na descrição de um demônio da era pré-cristã. Krampus são contratados de São Nicolau e fazem exatamente o oposto dele nas vésperas do natal.

Então, você realmente acha que não ganhar presentes de graça é o maior castigo que uma criança levada pode receber? Bom, nos padrões da sociedade moderna pode ser que sim, mas aqui estamos falando de países como Noruega e Alemanha de antigamente.

Tecnicamente, a alguns séculos atrás, uma pessoa só podia ser boa ou má, e isso valia também para os pimpolhos, logo, usar um monstro para representar um castigo era a coisa mais normal do mundo, então as crianças REALMENTE faziam de tudo para não receber a visitinha de um Krampus durante a madrugada e evitar a traumatizante experiencia de ir averiguar quem estava comendo os biscoitinhos da mamãe na calada da noite e dar de cara com um capeta coberto de pelos e cheio de correntes e sinos.

 
FELIZ NATAL BITCHES! Existem muitos deles, quem precisa de renas?

São Nicolau, por sua vez era um santo que se vestia como um bispo e ajudava crianças, dando-lhes presentes e acolhendo necessitados, mais tarde, graças a Coca-Cola aquela imagem do velho de barba branca vestindo vermelho acabou tomando o lugar do original e assim surgiu o Papai Noel, ou Santa Claus em alguns países, foi nesse momento que o natal ganhou um ícone que agora representava não apenas a Russia, Grécia e Noruega como também todo o mundo, Papai Noel é um dos personagens da cultura popular mais conhecidos que existem, e é claro que tanta popularidade assim não poderia ser possível se algumas alterações não fossem feitas.
Trenó, renas voadoras, elfos ajudantes e Polo-Norte são as características indiscutíveis do senhos Noel, que agora apenas deixava as crianças levadas no vácuo ao invés de contar com a ajuda de um Krampus.

Em alguns países europeus a lenda do Krampus é bem viva e ainda faz parte do natal, alguns jovens tem o costume de se fantasiarem destes monstros na véspera e saírem metendo medo em todo mundo, o que torna esta época um pouco mais radical para crianças e mães.

No geral, esta parte do folclore vindo dos Alpes foi banida exatamente por conta de parecer pesada demais para se usar já na década de 50, quando grupos como Christian Social Party fizeram uma propaganda negativa da criatura, na tentativa de deixá-la de fora das datas natalinas.

No final das contas eu percebo que o natal nem sempre foi uma festa tão cheia de fofices e biscoitos de gengibre como é hoje, mesmo sabendo que Jesus Cristo nem sequer nasceu no dia 25 de dezembro e que a data foi roubada, pois pertencia a outra festa religiosa.

Então é isso pessoal, não é um post grande, muito menos "especial", eu so queria fazer alguma coisa neste natal, mostrar que ainda estou aqui e me preparar para a postagem de ano novo, veja isto aqui com um "bônus".  ^^

Desejo um feliz natal a todos!




24 de nov. de 2013

O Mundo Do Autor Pt.6



Como vão meus caros? Espero que bem, essa postagem talvez seja grandinha (TALVEZ), e serve exatamente para postar minhas ultimas atividades relacionadas ao meu progresso como desenhista.

Eu fiquei uma quantidade considerável de tempo sem escrever o mundo do autor, talvez uma atualização ou outra poderia ter sido feita, mas no final das contas está tudo aqui... e agora.

Começando etão que eu fui no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ) e conheci muitos artistas fantásticos, alguns autores de webcomix, outros de mídia física e recebi diversas críticas construtivas sobre meus trabalhos, para a minha felicidade, o TRICK teve uma quantidade razoavelmente alta de elogios, e foi em BH que eu tive a ideia de alterar o nome para Black Dog, essa é a nova capa:


A outra novidade a respeito do meu mangá é que agora ele se tornou um webmangá, e pode ser lido no Calaméo, eu cheguei a conclusão de que preciso conseguir a atenção de um público antes de tentar vender o meu trabalho, então cliquem aqui e leiam a historia até agora. É sério... LEIAM. Isso deu trabalho e quero que a maior quantidade de pessoas possíveis conheçam, e me digam o que acharam.

Quanto ao blog, eu decidi transformar o nome O Guardião das Páginas em uma marca minha, começando com essa página do Facebook : Guardian of Bitches. Deem uma curtida.... por mim ^^. Lá também vai ser o local principal onde o Black Dog terá seus links de leitura postados.

Envolvendo ainda a página do face, o Guardião também é um canal no Youtube. Um canal de desenho! Mais precisamente um canal de speed draw.


Eu sou um mega fã de Doctor Who, na verdade eu troco muitas coias por um episódio inédito de Doctor Who... e eu perdi a estréia do Day of the Doctor... :( sabe, eu vou acertar minha testa contra a parede, e não sei quando vou parar.


Então... eu estou melhor! Com um pouco de náuseas e uma dor-de-cabeça forte m-... sangue... (limpa com um pano)... mas eu me sinto realmente melhor, o próximo vídeo é de Devil May Cry (o clássico e o novo), não sei se você aí tem paciência de ver estes 3 vídeos que vou postar, mas garanto que o próximo é o mais legal deles!



Miniatura

Sim, isso é uma foto, você não clicou antes de ler aqui ne?
O Blogger tem alguns problemas com vídeos recentes e tals, então vou ter que colocar o link do vídeo pra ver no Youtube mesmo. AKIRA <------------------clica br="">

E por fim, mas não menos importante, Tale of the Grim Reaper... eu não sei se já falei como foi o trabalho com a segunda tentativa de fazer esse projeto meu e do roteirista Carlos, mas tudo foi ó... uma merda... não, brincadeira, na verdade temos um mangá em japonês que precisa ser refeito de novo, mas quem já leu alguns mundo do autor anteriores sabe que isso faz parte do meu padrão de desenvolvimento. Pelo menos posso saber que essa será melhor do que a anterior assim como a anterior era melhor do que a primeira versão. E quando estiver pronta... adivinhem só.... Shonen Jump de novo! Mesmo que a nossa amiga tenha desistido de encarar o editor por nós. Mas acho que dessa vez vamos entrar no torneio, como todo bom mangaká ¬ ¬ ....

Então, acho que é isso, no final das contas ate que foi curta a postagem, eu estou empolgado com as novas investidas, esperançoso com o futuro e ardendo em chamas infernais por ter perdido a estreia do especial de 50 anos.

Até a próxima meus caros.




26 de out. de 2013

Top 5 - Mídias Populares Supervalorizadas

Hoje é dia de Top! Então preparem-se para ficarem putos comigo e para ver sua série/livro/game favorito aqui e espumar de raiva :D

Mas antes de começar, o que é supervalorização?
É quando alguma coisa ou até mesmo alguém é posto em um pedestal de valorização, recebendo uma aclamação muito maior do que de fato deveria receber por conta de estar na moda ou por ter adquirido alguma fama de "intocável".

Então vamos a lista, lembrando que não é porque eu considero algumas coisas aqui supervalorizadas isso signifique que eu não goste delas.

                                                                      5° Lugar:
Pokémons são adoráveis, todo mundo sabe disso, principalmente aquele nerd que coleciona fitas desde o Game Boy clássico e um dia vai mostrar com muito orgulho para o seu pimpolho como a série não mudou em praticamente nada desde 1996. Mas e os outros? Já percebeu que o que resta é o público que apenas defende Pokémon cegamente só porque se simpatiza com essas criaturinhas ou o resto do pessoal que se pergunta frequentemente: Por que essa porra não inova?
É óbvio que a resposta é simples, assim como o 3° lugar dessa lista, Pokémon é uma fonte inesgotável de dinheiro, é potencialmente ilimitada até, a Nintendo consegue se sustentar com mais do mesmo desde que foi criada (eu admiro muito isso, ao mesmo tempo detesto, mas também já me diverti muito com os clássicos então não posso dizer que a Nintendo é uma vadia), a base de fãs de Pokémon é muito vasta, e por mais que a franquia esteja desgastada, vamos ter colecionadores e supervalorizadores enriquecendo os cofres da Nintendo e da Game Freak porque "Pokémon é sagrado". 


                                                                    4° Lugar
Ok ok, eu sei que é comum hoje em dia todo mundo descer a lenha em RE, mas uma das coisas que eu mais vejo também são comentários do tipo "a Capcom devia voltar a fazer RE como antigamente, aquilo sim era jogo de terror".
Ah sério.... isso não é nenhuma brincadeira por parte dos velhos fãs? Quando Resident Evil saiu, ele era um divisor de águas no gênero do terror em jogos, ele tinha gráficos, trilha sonora e terror muito acima do esperado, quando saiu Silent Hill um novo padrão de terror surgiu e não importa o quanto alguém goste mais de RE do que de SH, este segundo sempre vai dar mais medo. Mas a questão é que muitas coisas boas foram sendo aproveitadas em Resident, todo mundo adora o 1, 2 e 3, mesmo que eles só deem alguns sustos hoje em dia. Mas diferente do terror nos cinemas, nos jogos o processo de qualidade parece inverso, enquanto Hollywood sofre com filmes de horror que mais parecem blockbusters, temos games cada vez mais realistas e perturbadores saindo. Agora me responda, como tornar Resident Evil um game de terror em 3ª pessoa de novo vai fazer dele algo melhor do que Outlast? O único motivo pelo qual MUITAS pessoas jogariam é porque... porque é Resident Evil... é por causa do nome da franquia, que já devia ter acabado à muito tempo com o 4° título, mas esse nome (ou Biohazard) sempre será supervalorizado, por exemplo, veja o sucesso que os filmes ridículos conquistaram.

                                  
                                                                           3° Lugar
No Japão, a meritocracia é levada muito a sério, o que faz de Masami Kurumada um monstro.
É curioso o fato de que ele zerou a vida apenas por criar CDZ, seus desenhos são feios e suas historias são entupidas de valores morais, praticamente nenhum mangá do Kurumada foi um estouro, mas só o fato de ele render milhões a Shonen Jump todo ano com a revenda de Cavaleiros faz dele um dos mangakás mais importantes de todos os tempos, não importa o quanto o mercado esteja saturado de produtos do Seiya e sua turma, sempre tem lugar para mais, e mais e mais e mais e mais and over and over and over again.
E sabe porque isso acontece? É uma mistura de certos detalhes que indiretamente tornam as coisas a favor dessa franquia. Uma delas é o apelo de colecionador, sim aquela vontade que você tem de estar mais próximo da obra que você tanto admira, e olha só... tem uma caralhada de cavaleiros diferentes representando constelações diferentes com armaduras diferentes, cor de cabelo diferentes e muitos com condutas diferentes, todo mundo tem o seu preferido e aposta alto nele. Assim como Pokémon, CDZ é potencialmente ilimitado e pode viver para sempre com a certeza de que seus fãs ou simpatizantes vão consumir mais do mesmo sem se importar com isso pois o fato de ser uma franquia antiga automaticamente a torna melhor do que todas as porcarias que lançam hoje em dia.  


                                                                        2° Lugar
HA! Eu acho que to pedindo pra ser apedrejado!
O que o Tolkien e o Lovecraft tem em comum?
Ambos criaram livros de sucesso que são mais divertidos de serem debatidos do que lidos.
Se não fosse pelos filmes do Peter Jackson, a saga do anel seria apenas uma série de livros muito famosa, mas agora ela é uma franquia arrasadora que nunca vai sair de nossos corações e almas, passando por gerações e inspirando novos autores que poderão, com muito esforço tentar chegar aos pés de J.R.R. Tolkien.
O problema disso é que O Senhor dos Anéis é um exemplo de como você não deve escrever um livro hoje em dia. Eu diria que 4/10 de toda a população que leu essa saga fez isso porque constava em seu currículo nerd, e não porque realmente acharam que seria uma experiencia que valeria o esforço. 
O primeiro livro da saga saiu em 1954, e naquela época era comum os livros serem extremamente cultos e enjoativos, curiosamente com pouca informação sobre o que realmente interessa.
A Terra Média é uma das invenções literárias mais grandiosas que eu conheço, Tolkien criou muitas coisas que enriquecem esse mundo como pucos que eu poderia imaginar, mas além disso... o que é que tem em LotR que o torna tão único entre os demais livros? Seria o fato de ter ganhado 3 filmes de puro sucesso? Acho que não né... bobagem... todos sabemos que uma simples historia do bem vencendo o mal é o que torna essa saga tão épica!


                                                                        1° Lugar

E enfim chegamos ao primeiro colocado deste top!
Dragon Ball Z era o meu desenho preferido quando eu era criança e eu cresci tendo ele como uma das coisas mais legais que eu já vi na TV.
Mas então eu percebi, que DBZ é a mídia mais supervalorizada de todos os tempos e independente de eu considerá-lo ou não uma desenho ruim (o que não é o assunto do post) é assustador o amor exagerado que muitos dedicam a ele.
Certo, começando com o fato de que Akira Toriyama sempre gostou de escrever historias com humor e fantasia, DBZ não fazia parte de seus planos inicialmente, tanto que era impossível deduzir que Goku era um alienígena na série clássica, simplesmente porque ele não era, não precisava de uma explicação pra sua cauda ou para as transformações em Oozaru, mas então veio o sucesso, e Toriyama decidiu exagerar tudo.
Mas a verdade é que DBZ ainda é cômico em vários aspectos e as vezes se parece com uma paródia, cheia de explicações que não fazem sentido nem mesmo na trama e clichês internos.
O problema disso é que os fãs (TODOS!) levam DBZ a sério, totalmente a sério, acham de fato que Goku é o melhor protagonista que um anime ja teve, mesmo que ele não faça nada além de lutar e seja burro como uma porta, comparam os personagens da série com os de outros desenhos e dizem que estes são melhores por serem mais fortes e não admitem que alguém não goste de DBZ, dizendo que é um anime de macho.
Eu penso que uma parcela dos fãs dessa série fazem parecer que os amantes de Dragon Ball são trogloditas sem educação, detalhe que não me incomodaria nem um pouco se eu não tivesse que lidar com posts estúpidos no Facebook sobre como Dragon Ball Z é o melhor e ponto final.
E por essas e outras, eu o considero a mídia popular mais supervalorizada da atualidade.


Caso você discorde de alguma colocação (ou de todas) ou concorde, deixe um comentário, como sempre, comentários ofensivos ou sem base de argumento serão apagados.    







                        





3 de out. de 2013

O Mundo Perdido (1998) - Encontrar o Platô é Mais Fácil do que o Filme

Olá vocês, tudo bem? Esses dias me lembrei que quando era criança eu costumava alugar um VHS com uma certa frequência, tratava-se de um filme B chamado Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World, ou apenas conhecido como O Mundo Perdido.



Quem assistiu a série homônima que passava na Record pode estar se perguntando se não falo da mesma obra (principalmente porquê ambos tem o mesmo professor Summerlee). Mas eu realmente me refiro a um dos vários filmes que o livro do Conan Doyle recebeu.
Eu poderia falar de muitas outras coisas mais famosas relacionadas ao Mundo Perdido, mas quero ressaltar que esse filme tem um valor muito grande pra mim, ele tem péssimos efeitos especiais, atuações simplórias e uma história que parece faltar alguma coisa, mas mesmo assim eu gosto demais dele, era um dos meus filmes de dinossauros preferidos, talvez por ter um ar mais sinistro que os outros do gênero.

Vamos ao roteiro:
Maple White era um cientista (eu acho) que depois de meses de viagens e pesquisas duras finalmente descobriu a localização de um planalto que fica nas geladas terras mongóis, a muralha natural do lugar de dificílimo acesso foi explorada pelo homem e seu companheiro nativo, e, não tardando muito Maple encontrou o que parecia ser um ovo de Pterodáctilo, mas durante sua comemoração enquanto ouvia música clássica no gramofone e ignorava seu amigo temeroso um bando de morcegos pré-históricos acordaram e os atacaram, Maple caiu do planalto e sobreviveu por algum tempo depois, mas só o suficiente  para ter uma última conversa com seu amigo George Edward Challenger, e despertar-lhe uma obsessão pelo lendário elo perdido.
Challenger então retorna para a Inglaterra e mesmo se tornando alvo de chacota insiste na existência do planalto e de seus habitantes preservados no tempo, durante uma conferência ele termina propondo uma expedição até a Mongólia novamente, nesta expedição estão presentes o caçador John Roxton, o jornalista Edward Malone, o antropologo Arthur Summerlee e a filha de Maple, Amanda White.

Todo o começo do filme segue com uma boa fidelidade ao livro original, os personagens e seus motivos são os mesmos, a primeira personagem inventada na expedição é Amanda, assim como a Marguerite Krux do seriado, elas existem apenas nessas mídias e não existe nenhuma menção sobre ambas no livro (o que poderia fazer alguma diferença, já que o livro é chato pra cacete). A segunda acompanhante do grupo que foi inventada pra história é a Djena, uma garota mongol que mais tarde acaba virando a paquera de Malone, diferente da Veronica do seriado, Djena é bem inútil e só serve pra ser atacada e desmaiar logo depois, mas isso não a torna uma personagem irritante, ela só não é uma loira selvagem que anda semi-nua e senta porrada nos dinos.
Mas por quê eu estou comparando o filme com a série de 1999?  
Porque ele serviu de inspiração pra mesma, até mesmo o nome do Conan Doyle no título, mas a questão é que esse filme só passou na TV e depois foi publicado em VHS, ele não tem nem 1/30 da fama que o seriado que veio depois dele ganhou, o que o faz uma raridade.

Depois que os personagens chegam na Mongólia, as coisas começam a seguir seu rumo próprio para o filme, começando que, essa é a única adaptação do livro em que o platô não fica no Brasil escondido na Floresta Amazônica.
Os habitantes da região são Neandertais, uma tribo de humanoides extremamente agressiva e que cultuam um bizarro Tiranossauro que tem ponto de caça próximo ao local onde o balão da expedição cai, aqui não tem nenhum homem-macaco, muito menos índios vivendo no planalto.

A trama do filme segue bem interessante até a metade, depois disso começa a ficar meio sem foco, a falta de dinossauros também acaba se tornando um problema e o lugar perigoso em que o grupo se encontra passa a não parecer tão ameaçador, até o final a trama já não lembra mais em nada a historia original, isso não é um problema, eu mesmo gosto bem mais do desfecho deste filme do que do livro, mas não da pra evitar a sensação de vazio e que o filme poderia oferecer muito mais.

Quanto a trilha sonora, o filme tem uma quantidade pequena de músicas, porém o tema principal dele é ótimo, pena que eu não encontrei a intro em nenhum lugar (nem procurando pelo nome do  compositor).

Os efeitos são realmente precários, o uso de computação gráfica foi um tanto quanto mal utilizado, principalmente porque nessa época era uma técnica ainda em desenvolvimento. O resultado disso é que temos algumas misturas de dinossauros animatrônicos muito simples que de um corte de cena pro outro se tornam feitos de CGI com modelos muito diferentes, alguns detalhes de design são estranhos também, como os braços grandes de Dromeossauro do T-Rex ou os espinhos na cauda do Brontossauro.

Por fim, a versão de 1998 de The Lost World deve ser a mais odiada pelos fãs do trabalho do Conan Doyle, mas por alguns motivos pessoais acabou se tornando um dos meus filmes favoritos de dinossauros, eu não sei se gostaria dele se o visse pela primeira vez recentemente, mas uma coisa é certa, ele consegue manter um clima bem interessante, mesmo nas partes que poderiam ser melhores. Essa postagem é quase um favor que faço a mim mesmo por guardar aqui as minhas informações sobre essa pérola meio rara. A versão menos conhecida no entanto, acredito que seja a de 1992, essa nem mesmo o Google acha muita coisa (o que me deixou com muita vontade de assistir).

Por fim deixo um trailer meio cafona, mas que foi o único  que consegui abrir no blog, até a próxima!

  
 
 
















24 de set. de 2013

Call of Cthulhu: Dark Corners of the Earth

Olá meus caros, mais uma análise de jogo hoje, não sabia que teria tantas dessas pra fazer quando voltasse a escrever (ainda tenho Rayman Origins e talvez o Legends), isso porque esse jogo não só me pareceu muito interessante como também é pouco conhecido (eu adoro falar de coisas pouco conhecidas).


                                           

OK, pra quem não sabe, Call of Cthulhu é a história mais famosa do lendário escritor americano Howard Phillips Lovecraft (H.P. Lovecraft), graças a este conto, Cthulhu, o deus com cabeça de polvo e corpo de dragão acabou virando um ícone da cultura popular, sendo referenciado em vários tipos de mídias mundo afora. De acordo com os mitos criados por Lovecraft, nosso mundo já fora habitado por criaturas extraterrestres, estes seres são chamados de Os Antigos (Ancients Ones) e exercem um grande poder sobre o mundo, mesmo a maioria estando em estado de suspensão, suas consciências ainda podem vagar, invadindo sonhos e podendo alterar a realidade com sua influência, Antigos geralmente não se importam com humanos e o próprio Cthulhu um dia será nossa ruína, pois quando ele acordar de sua moradia em R'lyeh, todo o mundo será mudado, e isto inclui a extinção da raça humana.

No entanto, esse jogo não se trata exatamente de Cthulhu, mas sim de um de seus conterrâneos (e se não me engano irmão, mas não me lembro bem), o senhor dos mares Dagon, que por sua vez é casado com Hydra. Dagon é o representante do oceano, ele pode trazer todo tipo de riqueza, desde que ela venha da água, mas depois de um tempo começa a transformar seus súditos em monstros marinhos (entidades lovecraftianas nunca são confiáveis).

Totalmente inspirado no conto A Sombra Sobre Innsmouth, Call of Cthulhu: Dark Corners of the Earth conta a historia de Jack Walters, um detetive da polícia que após se encontrar com um estranho culto em uma mansão cheia de loucos, acaba perdendo sua razão por conta das coisas que vê e é internado no Sanatório Arkhan, onde fica seis longos anos, após voltar a ativa como investigador particular, suas memórias estão confusas e ele não consegue assimilar muito bem o que realmente o deixou tão perturbado naquele dia, no entanto uma obsessão pelo sobrenatural o faz coletar todo tipo de informação sobre cultos a deuses possíveis.
Mesmo se sentindo péssimo em uma certa noite e com vontade de encerrar seus serviços por algum tempo, Jack aceita investigar um caso de desaparecimento em Innsmouth, uma cidadezinha costeira com um povo ignorante e xenofóbico.
Logo quando chega, Jack percebe que o povo da cidade esconde algo, as pessoas não querem falar sobre nada envolvendo o rapaz desaparecido e muitos parecem estranhamente agressivos. Não demora muito para Jack sentir uma forte influencia religiosa no lugar, o clima de conspiração apenas o instiga a bisbilhotar mais os assuntos dos quais deveria se afastar, o que cada vez mais o levam a uma verdade assustadora e impossível.


Esse jogo saiu em 2005 pra XBox, eu me lembro de procurá-lo ingenuamente pra PS2 e nunca achar, isso sem falar que eu sempre passava vergonha tentando pronunciar Cthulhu pro pessoal das lojas de games. Eu me lembrei dele só esse ano e decidi procurar, descobrindo assim que saiu apenas pra XBox e posteriormente pra PC. Curiosamente ele foi publicado pela Bethesda (a mesma da serie The Elder Scrolls), e eu vejo gente comentando hoje sobre The Evil Within como se fosse o primeiro game de terror onde a empresa está envolvida, mesmo que agora ela seja a desenvolvedora e não apenas distribuidora.

Os gráficos são bem fraquinhos, mesmo o jogo sendo antigo, eles se parecem mais com um PlayStation 2, tanto na versão do XBox quanto do PC, e ambos já sustentavam gráficos muito melhores nessa época.
No entanto, lembrando que este é um jogo de terror com uma historia inspirada em um conto do H.P. Lovecraft, o que significa que o gráfico é o de menos, porque o jogo tem atmosfera. Innsmouth é horrível (no bom sentido), tudo é decadente, os habitantes são pálidos e asquerosos, tem uma voz grotesca e o jogador se sente ameaçado por eles o tempo todo, pois todo lugar que você vai eles estão por perto, torcendo pra que Jack desista do caso ou imaginando o que vão fazer com ele se ele descobrir demais.
Basicamente, 60% do game é bisbilhotagem, resolução de puzzles e furtividade, só depois da metade é que conseguimos armas e na reta final os monstros aparecem.

Terror, terror mesmo, eu diria que esse game não proporciona, você fica desesperado em certos momentos porque tem partes de perseguição, e por ser em primeira pessoa, a sensação de que aquilo que acontece é com a gente acaba intensificando o medo. Lembrando também que não temos uma lanterna porque os cenários são bem iluminados, mesmo que sombrios.

Pra 2005, acredito que ele podia ser bem assustador, mas levando em conta que nenhuma desenvolvedora de grande nome tem feito bons jogos desse tipo ultimamente, acho Call of Cthuhu uma pérola em uma época que rumava para a quase extinção dos bons games de horror.

Tanto pra quem curte um bom jogo com "temática" de terror / fã de H.P.Lovecraft quanto pra quem gosta de jogos de coletar pistas, resolver enigmas e apreciar uma ótima historia eu recomendo esse clássico que quase nunca é lembrado e um pouco dificil de ser achado (nesses casos torrent ta aí pra isso).

Me despeço agora com o otimo trailer do jogo, até mais!



 







15 de set. de 2013

Silent Hill: Sad Revelation

Uhul! Sou eu de novo, e pretendo voltar mais vezes porque tenho temas para abordar! Temas felizes! Temas épicos! Temas emocionantes!

E agora que disse isso, apenas pra mostrar que sou sádico, vou falar sobre o novo filme de Silent Hill.....


Eu ja citei a um tempo atrás que não gostava de fazer postagens detonando coisas porque a intenção aqui era falar de tudo o que gosto e tals... mas e quando a continuação (ingenuamente) bem aguardada de um grande filme acaba se tornando uma bomba pra lá de ruim? Eu quis falar desse filme desde quando ele ainda era só um rumor pela internet, nessa época as coisas eram meio diferentes, e rolavam boatos de que seria o próprio diretor do primeiro filme a trabalhar nesse, mas no caso, o diretor foi Michael J. Bassett.


O que O Filho do Máskara, A série de filmes Resident Evil do 2 em diante e Silent Hill Revelation tem em comum?
Eles são filmes que não se limitam apenas a serem mal-produzidos, são filmes que não tem a necessidade alguma de existirem.

Eu costumo me interessar bastante por esse negócio de adaptação, é verdade que poucas adaptações são bem trabalhadas e na maioria das vezes acabam virando vergonhas para um bom título original. Mas o próprio filme Silent Hill lançado em 2006 (do qual você pode ver uma velha postagem falando sobre ele bem aqui) foi o melhor nesse tipo de coisa. Quase 7 anos depois sai uma continuação muito aguardada por vários fãs da série de jogos incluindo a mim, no entanto eu simplesmente parei de gostar de sequencias para historias das quais não foram criadas para tal, isso quando esse filme ainda tava em cartaz no exterior, alguma coisa me dizia que era só mais um caça-níquel hollywoodiano.
Felizmente eu assisti ele online, o que me poupou o esforço de pagar um ingresso estranhamente caro com a desculpa de que o filme está em 3D e por isso vale a pena.

Mas quem não viu ainda e gostou muito do primeiro me pergunta:
-É tão ruim assim mesmo?
E eu respondo:
-Seria mais um filme tosco de 2013, se não fosse continuação oficial do bem dirigido SH de 2006 e  também a impressão de que o diretor está rindo da sua cara enquanto você assiste.

A história é uma distorção da trama de Silent Hill 3 do PlayStation 2, assim como a do primeiro filme foi uma distorção do SIlent Hill do PlayStation, mas a diferença fica muito clara depois de alguns minutos de filme, quando percebemos que ele copia na cara dura detalhes do jogo apenas pra não ter que desenvolver nada novo, por exemplo, Sharon da Silva (sim, ela saiu da dimensão paralela onde ela e sua mãe Rose estavam) vive uma vida cheia de correria com seu pai para fugir das influências da cidade amaldiçoada, quando a historia do filme se passa, seu nome falso no momento é Heather enquanto o do pai dela é Harry Mason, coincidentemente muitos dias antes do aniversário da moça, "Harry" a presenteia com.... UM COLETE EXATAMENTE IGUAL AO DO JOGO! Sério!, porquê você daria um colete branco de presente pra sua filha? Mas isso não importa, não importa porque agora temos uma Heather Mason que é morena mas tem o cabelo curto e tingido de loro que usa um colete que faz com que ela se pareça com uma cosplayer do 3° jogo! Quem o diretor quer agradar com isso? Os fãs? Fãs imbecis talvez...

Os personagens não são originais, isso tanto no sentido de serem versões malfeitas do jogo quanto no sentido de serem mal trabalhados, a Claudia Wolf é irmã da vilã Cristabella do primeiro filme, mas onde ela "morava" então já que todos os humanos se refugiavam na igreja? Por quê ela quer fazer um culto a Samael se este demônio nem existia no filme anterior e as pessoas da cidade eram retratadas como crentes devotos?

Vincent Wolf aqui é um garoto da mesma faixa etária da Heather, e adivinha só, o filme tem um pouco de romance adolescente, pois quem ajuda a moça em Silent Hill não é o detetive Douglas, que aparentemente era velho demais para ser um personagem interessante na trama e morre.

Os monstros não tem impacto, nada de nojeiras, nada de ruídos estranhos, nada de escuridão perturbadora. Tudo é corrido, apressado, Heather simplesmente atravessa cada cenário como se fosse um jogo de fase, pega qualquer item e vai para o próximo estágio, a trilha sonora é a mesma do 3° jogo, mas isso apenas faz você se sentir chateado de ouvi-las numa produção tão desleixada.
Os efeitos especiais se limitam a uma maquiagem pouco convincente de perto e muita CGI de longe, a cena do monstro manequim parece um filme de ação.


Eu achei a cena, pode assistir a vontade, não dá medo, a menos que você seja facilmente impressionável (o vídeo contém cena de nudez parcial... ¬¬ antes que algum(a) engraçadinho(a) diga qualquer abobrinha a respeito disso).

E além disso até mesmo o mundo alternativo tem uma boa iluminação, o que significa em termos técnicos uma má iluminação.

O Pyramid Head também aparece aqui, mas assim como no Silent Hill Homecoming ele não faz nada, é apenas fanservice (por quê eu não estou impressionado?), ah não... espera... ele faz alguma coisa sim...

SPOILER Ele luta pela Heather no final contra a Claudia como se fosse um Pokémon SPOILER

Enquanto o filme chega em sua conclusão, é dificil não se sentir enganado, perceber que tudo não passou de uma colcha de retalhos do 3° jogo, emendada de forma grosseira, com atuações medianas e um desfeixo forçado. Eu só consigo imaginar adorando esse filme aquela pessoa fanática por Silent Hill, que coleciona tudo o que vê pela frente relacionado a franquia e não se importa que o filme tenha uma trama medíocre desde que mostre cenários e monstros do jogo.
Eu fiquei triste com o resultado disto, principalmente porque sempre achei que seria tão bom quanto o filme sério de 2006.

Ah! E se preparem, porque um filme inspirado e Silent Hill Downpour seguindo estes mesmos passos pode estar a caminho.






Amnesia: A Machine for Pigs - O que eu achei do jogo

Quando cheguei ao fim da postagem sobre Outlast, ja estava terminando Amnesia: AMfP, e agora vou fazer uma análise do jogo e explicar o porquê, na minha opinião, de ele ter ficado na sombra do primeiro.


Quando Amnesia: The Dark Descent saiu em 2010, ele foi um divisor de águas do gênero terror, tendo algumas semelhanças com o jogo Call of Cthulhu: Dark Corners of the Earth por conta de ser em primeira pessoa, possuir o comando de inclinar a cabeça para os lados para observar corredores sem se expor completamente e o clima Lovecraftiano dos cenarios. 
O que mais chamava a atenção no entanto é que Amnesia havia sido desenvolvido para proporcionar uma experiencia assustadora nunca vista antes, com um sistema de sanidade e a necessidade racionar óleo para a lanterna, fósforos e raros frascos de bálsamo para nos curarmos.
A historia era realmente interessante e contada de forma quase invertida através de papéis que conseguíamos espalhados pelo castelo, você começava lendo sobre os experimentos de Alexander, depois sobre a esposa dele, por fim eram as anotações de Daniel e como o plano de Alexander funcionava. No final, com um pouco de atenção a trama se fazia redonda e bem trabalhada.

Eu não queria comparar A Machine for Pigs com o The Dark Descent, mas percebi que seria necessário, já que este segundo jogo não compensou certos elementos que perdeu do primeiro, mas manteve detalhes que o fazem parecer mais uma DLC do que uma sequencia.

Oswald Mandus é um genioso homem dono de uma industria de carne, depois de acordar ainda se recuperando de uma doença que pegou enquanto viajava a negócios para o México, percebeu que estava sozinho em sua mansão, e seus filhos haviam desaparecido, Mandus então é frequentemente contatado por um homem que o dá informações através dos telefones da casa, ele lhe diz que seus filhos estão no subsolo, quase afogados em uma das câmaras da máquina que descansa lá em baixo, reativando os motores da máquina (que aparentemente foi sabotada), ela volta a funcionar e utilizar esta água, assim Mandus poderá resgatar suas crianças. 


Agora, vou começar falando dos prós:

*Graficamente falando o jogo ainda é ruim, o que não me incomoda nem um pouco, já que a ambientação é fantástica e isso é o que importa.
Ambientes escuros e cheios de ruídos macabros, névoa em algumas partes e o grande estrondo da máquina trabalhando no subterrâneo, não é difícil entrar no clima noir do jogo.  


*Os controles são os mesmos que o do primeiro jogo, simples e de boa resposta, você pega o jeito em 3 minutos e nunca mais tem problemas.
Andar, correr, se abaixar, andar abaixado, pular, mover objetos e espiar para os lados (Tio Zangado Style).

*A historia é comovente em certos pontos, e faz o jogador refletir um pouco sobre arrependimento e perdão.
A dublagem ta melhor do que no primeiro, e não da pra evitar ficar meio triste com algumas frases poéticas do protagonista.

*Trilha sonora fantástica!
As musicas assustadoras continuam no mesmo nível brilhante, mas agora temos algumas canções líricas que arrepiam a nuca.

*A parte industrial do cenário é toda steampunk.
Steampunk é vida.

Contras (e os porquês de serem tão negativos):

*A historia do jogo é toda mastigada e jogada da cara do jogador.
Enquanto o primeiro era um jogo onde os mais eufóricos não entendiam nada por necessitar de paciência e concentração, A Machine for Pigs vai bater na mesma tecla várias vezes, o jogador encontra cartas e mais cartas explicando de forma pomposa como tudo funciona, sem dar chance para nenhum mistério que não seja fácil de se decifrar já na metade da campanha, e o protagonista vai fazer uma anotação sobre tudo de novo que encontrar, isso faz com que não precisemos tentar descobrir detalhes nem nada do tipo.

*Obsessão por porcos.
Se eu ganhasse um centavo a cada vez que a palavra porco, um trocadilho com porco ou uma referencia a porcos fosse feita nesse jogo, eu ja teria mais de um real... ..... >.< (bela merda). A questão é que isso fica muito estranho, é como se estivessem fazendo propaganda de alguma coisa, não soa natural, nem mesmo vindo de Mandus, que de fato tem(ou tinha) uma obsessão por porcos.

*O terror fracassa miseravelmente, e na melhor das hipóteses ele é... bom.
Eu não sei qual foi a ideia da desenvolvedora (The Chinese Room) em colocar inimigos tão fracos no jogo. O que você encontra aqui são criaturas semelhantes ao Grunts e Brutes, a diferença é que são homens-porcos, e... são bonitinhos... BONITINHOS!. Eu senti pena das criaturas o jogo inteiro, elas não te perseguem, apenas ficam patrulhando alguns cenários e caso o jogador as ilumine elas avançam em sua direção, mas basta correr e se agachar em qualquer canto escuro que eles já desistem, sem falar que são menores do que Mandus e precisam de uns 4/5 golpes para matá-lo. Mesmo assim, você pode levar alguns sustos com eles quando ve suas silhuetas ou quando fica esperando um passar por você sem que te veja. Aqui, não existe um mau maior também, apenas os homens-porcos.

*O jogo tenta te assustar de forma barata e fútil.
Depois de um tempo, você percebe que a presença dos monstros causa interferência na iluminação do cenário, isso foi um truque muito legal por parte da desenvolvedora, mas claramente não foi bem utilizado. Imagine que você está andando cautelosamente por túneis cheios de ruídos sinistros e antes de virar em qualquer direção ou subir uma escada sua lanterna começa a oscilar como louca. Você pensa: -tem um monstro por perto, é melhor eu me agachar e andar com todo o cuidado possível-. Mais então, depois de um tempo, você percebe que não é nada, foi apenas o jogo te trollando, e provavelmente você vai repetir isso umas três vezes antes de perceber que nunca dá em nada e vai começar a ignorar quando a lanterna oscilar antes de virar corredores ou subir/descer escadas. 

*A The Chinese Room tentou criar uma historia mais comovente do que assustadora, mas a falta de profundidade dos personagens faz com que nenhum dos dois funcione corretamente.
Como citei lá em cima nos prós, o jogo tem momentos tocantes, ele se trata principalmente sobre um amor paterno, o problema é que tudo o que sabemos sobre Mandus é o que lemos nas cartas do jogo, e tudo o que o personagem faz em termos de interação na história é dizer o quanto ele quer resgatar seus dois filhos e vai descer até o inferno se for preciso para isso. Mas nós não sabemos quem é Mandus, mesmo até o final do jogo quando já sabemos todos os segredos da trama, ele ainda nos parece um completo estranho, resta apenas ficar triste por ver o quanto ele realmente se esforçou por seus pequenos e o quanto isso prova que ele os ama. Psicologicamente, os cenários não dão medo, a menos que você tenha medo de canos, não vai achar nada pesado como equipamentos de tortura, cadáveres dependurados ou uma quantidade insana de sangue, apenas escuridão, máquinas e sangue, ao todo ainda é bacana, mas não dá medo.

*Não há sobrevivência e nem nervos-a-flor-da-pele.  
Sua sobrevivência se resume a avançar pelo jogo, nada de insanidade, nada de óleo para a lanterna, nada de fósforos para acender tochas ou velas, nada de interação com móveis grandes para se esconder, nada de inventário (consequentemente nada de misturar itens) e nada de preocupação. No final é isso, você apenas avança, levanta alguma coisa usando o mouse e sai levando ela até outra parte do cenário. Fique no escuro (que nem é tão escuro assim) o quanto quiser, enrole em certas partes o quanto quiser e não tenha medo de ser perseguido.


No final, eu ressaltei tantas coisas negativas quanto a esse jogo... mas isso aconteceu porque o comparei com o primeiro, as revews mundiais deram notas altas pra ele, isso porque avaliaram como um jogo diferente, mesmo que tenha o mesmo motor gráfico e jogabilidade semelhante, depois de terminar A Machine for Pigs, a conclusão que cheguei é que se não tivesse jogado The Dark Descent, provavelmente teria considerado ele um grande jogo de terror, mas agora o melhor que posso dizer é que ele é bom.
Se você conseguiu terminar o primeiro numa boa, esse aqui vai ser um passeio no parque e se você se cagou de medo do primeiro, esse aqui vai dar bons sustos, simples assim.  












14 de set. de 2013

Outlast - O que eu achei do jogo.

Nossa, faz tempo que não posto heim, mas finalmente tenho alguma coisa pra falar a vontade aqui (não, mentira, eu tive várias pautas nos últimos meses mas deixei elas escaparem... peço desculpas), fazia tempo que não jogava um JOGÂO de terror, tão bom quanto o primeiro Amnesia (aproveitando a citação, assim que terminar A Machine For Pigs eu trago uma análise), então, comecemos logo.




Outlast é um título desenvolvido por uma produtora independente chamada Red Barrels, este é aparentemente o primeiro jogo da equipe, e eu devo dizer que eles começaram bem até demais nesse mercado.

No jogo, você assume a papel de Miles Upshur, um jornalista independente que se vê em uma missão que poderá alavancar sua carreira a nível mundial, tudo o que ele precisa fazer é investigar um velho sanatório do qual seu informante (este que apenas lhe manda um email) suspeita estar sendo usado como meio de se fazer dinheiro pelo próprio proprietário.

O problema é que o lugar, além de ser extremamente agourento, parece estar todo fora de ordem. Quando Miles finalmente adentra no recinto e percebe os corredores abandonados com nenhum sinal de empregados, seu senso de jornalista o prepara para o pior, e é o pior que não tarda a acontecer.





Outlast é o jogo mais escatológico que já vi na minha vida, aqui, o jogador não se limita a ver cenas de atrocidade com um toque de arte abstrata como em Silent Hill, aqui vemos cenas de pessoas abertas com seus órgãos internos espalhados pelo chão, pisamos em sangue sem querer e nossas pegadas saem sujando o chão do sanatório, as vezes temos que caminhar por vísceras e ouvir aquele barulho asqueroso de carne molhada contra a sola do sapato. E é nesse ponto que se encontra o terror em Outlast, nós vamos encarar pessoas loucas e deformadas em 90% do gameplay, loucos que querem simplesmente espancar Miles por diversão, loucos que querem silenciá-lo, loucos que querem estuprá-lo e um louco gigante em especial que quer arrancar sua cabeça e guardá-la na sala de troféus pessoal dele.

Até então a maioria dos jogos de horror vinham seguindo a moda criada por Alone In The Dark e Silent Hill de usar a escuridão em momentos predominantes e munir o jogador apenas com uma lanterna, aqui foi retirado apenas o detalhe da lanterna e adicionado a visão noturna da sua câmera.
Quem já assistiu REC ou Quarentena (que são o mesmo filme, só muda o fato de que Quarentena é a versão plagiada feita por americanos) sabe que os momentos finais do filme com a câmera em modo de visão noturna são perturbadores, e é exatamente isso que Outlast extraiu de melhor desse filme, aquela visão esverdeada da câmera que ilumina de forma precária os cenários e deixa os olhos dos inimigos cintilantes quando eles te encaram.
A câmera consome bateria ao ficar ligada, mas é tão devagar que não faz a menor diferença, no entanto, a visão noturna praticamente drena as pilhas em poucos minutos se ficar ligada direto, nesse caso, é aconselhável evitar usa-la e gastar as pilhas antes da hora, já que o máximo que o jogador pode carregar são 10 e na maior parte do jogo se você acumular 7 reservas será um record.



Algumas coisas de Amnésia: The Dark Descent serviram de inspiração também, como a descoberta genial de que um jogo de terror em primeira pessoa traz uma experiencia muito mais realista do que se você estivesse vendo um bonequinho 3D virando um corredor escuro ao invés de ser você com a visão dele, mas aqui o realismo vai mais longe e é praticamente impossível não se admirar ao perceber que você pode ver o seu próprio corpo, não apenas ao olhar pra baixo, mas também ao se encostar em uma parede ou próximo a uma porta as mãos de Miles ficam evidentes, isso causa uma ótima repercussão nos movimentos do personagem e eu nunca vi nada assim em um jogo com uma temática dessas.

Os inimigos não são os mais espertos do mundo, eles não tem muito senso lógico, mas isso é proposital, já que o jogo seria impossível se eles raciocinassem mais. O melhor exemplo que posso dar, é quando o jogador está fugindo em disparada e entra em uma sala aleatória para se esconder, seja em um canto escuro atrás de um móvel, debaixo de uma cama ou dentro de um gabinete, o perseguidor checa a sala, procura alguns lugares onde o jogador pode estar escondido (ele pode acertar em cheio... dois infartos pela metade do preço) e depois vai embora, como se existisse alguma maneira de Miles ter escapado.

A movimentação dos inimigos as vezes quebra um pouco a imersão do jogo, quando eles estão andando em linha reta ou correndo, a movimentação é bem fluida, no entanto quando fazem curvas andando a animação parece um tanto quanto tosca e quando fazem curvas correndo temos a impressão que eles viraram como se fosse um veículo, dando umas pequenas deslizadas, nada demais, mas dependendo do quanto o jogador estiver a vontade ele pode até rir da situação.

Tanto ambientização quanto trilha sonora do jogo são fantásticas, todo o sanatório faz sentido, o jogador não se sente andando por labirintos propositais com paredes temáticas de um hospício, o lugar realmente convence e as musicas além de bem compostas, tocam sempre nos momentos certos (geralmente depois de um trecho silencioso).

Ao todo Outlast não é difícil, apenas é necessário uma certa sincronia em algumas partes para decorarmos as patrulhas que alguns internos fazem pelos corredores, o sentimento que mais temos pelo gameplay é o velho e conhecido "cagaço", por dar as costas para o desconhecido, fugir de um louco psicopata ou nadar por esgotos cheios de sangue sabendo que não estamos sozinhos.

Então, é isso, eu já considero Outlast o melhor jogo de horror do ano, ele é assustador, é ofensivo e muito divertido, obviamente recomendado para maiores de 18 anos ou crianças que não conseguem compreender o quanto o gore do jogo é polêmico e jogam só pra dizer que terminaram.


AH! E o final é ótimo, nada clichê e muito surpreendente.  




18 de mai. de 2013

Depressão, suicído e... Gatos?


  
 Pode ser sorte, mas ultimamente tenho escolhido meus jogos muito bem. Em uma das minhas jogatinas, tive o prazer de jogar um Indie chamado The Cat Lady. Acho não preciso dizer qual será o assunto de hoje, não é?



   The Cat Lady é um jogo produzido pela produtora independente Harvester Games, a mesma do jogo Downfall. Este eu nunca joguei, mas é um jogo adventure/horror inteiramente desenhado a mão, parece valer a pena dar uma conferida. Seguindo o mesmo estilo do seu antecessor, The Cat Lady também é um jogo Adventure com elementos de terror. Nele, você está na pele de Susan Ashworth, uma depressiva de quarenta anos que acorda em um tipo de mundo estranho após uma tentativa de suicídio. Esta não tinha ninguém na vida, a não ser por gatos, MUITOS gatos. Neste lugar, Susan encontra o seu cadáver na parte de trás de uma ambulância, o que prova para ela que ela conseguira mesmo se matar. Um pouco depois, enquanto perambulava tentando descobrir que lugar era aquele, ela conhece uma velha que se intitula A Rainha dos Vermes. Esta lhe da uma chance de voltar a vida, se ela aceitar matar alguns psicopatas. (Já dá pra começar a entender o conceito do jogo, certo?) E, para ajudá-la em sua missão, Susan recebe o dom da imortalidade. Aí depende do jogador responder sim ou não (coisa que realmente não importa, porque você acaba tendo que fazer isso do mesmo jeito.) Este tal dom funciona da seguinte forma: Toda a vez que ela "morre", Susan volta pra este mundo estranho e precisa fazer um sacrifício de sangue e alma para sair de lá, não vou explicá-los detalhadamente para não tirar a graça. Assim, Susan volta para o mundo real, que muitas vezes pode parecer que não é tão real assim, e começa sua mórbida missão.



    Aliás, morbidez é o que não falta no jogo. Ao longo jogatina, você visita diversos cenários extremamente   escuros e tristes, alguns até mesmo perturbadores, mas muito originais e criativos. A campanha deve durar em média de sete horas, não é muito longo, mas não dá aquela sensação de que terminou apressadamente. 
   A jogabilidade é, na minha opinião, o aspecto mais fraco do jogo. Você usa as setas para de locomover para esquerda ou para direita e enter para selecionar as opções, parece ser simples, mas você acaba se confundindo de vez em quando. Seria melhor mesmo se ele utilizasse apenas o mouse, no bom e velho estilo pont n' click. 
   Mas o que eu mais gosto mesmo do jogo, além da história que é excelente, é a trilha sonora e a dublagem. Ambas são satisfatoriamente bem feitas, combinando perfeitamente com a atmosfera do jogo. As músicas tem um toque meio jazz e é difícil não querer ouvi-las depois de um tempo após terminar o game. E as vozes, com aquele sotaque britânico charmoso (direto eu repetia algumas falas enquanto jogava xD), complementa ainda mais o universo. Elas sempre soam meio baixas, taciturnas e melancólicas.  
   Com o que citei acima, dá pra saber que o jogo possui uma ambientação muito pesada, do começo ao fim. Mesmo possuindo elementos de terror, ele não é necessariamente assustador, só possui um sustinho ali, outro aqui e alguns lugares que podem te deixar um pouco desconfortável, mas é isso. 
   Esqueci de citar que ele possui certas cenas violentas, então eu não aconselho pra quem tem estomago fraco e nem tendencias depressivas (Mesmo possuindo uma mensagem positiva no final). 
   No fim das contas, The Cat Lady NÃO é um jogo para todos, pois ele possui muitos diálogos (muito bem escritos) e poucas cenas que podem ser consideradas de "ação", ele é um jogo completamente movido pela atmosfera e pela narrativa, então eu recomendo muito pra quem curte um jogo diferente com uma boa história


9 de abr. de 2013

As vezes tenho medo que me diga que isto não é uma obra de ficção

Como vão todos? Eu estou muito bem, entrei pra uma editora independente de HQs chamada Blue Comix, mas como ainda não dei meus primeiros passos por lá não estou pensando em criar postagens sobre isso por enquanto.

O assunto de hoje é sobre o meu atual filme favorito, este que gera dúvidas na maioria das pessoas que o veem e acima de tudo, consegue ser um dos trabalhos cinematográficos mais inesquecíveis que muitos já assistiram.


Mas afinal de contas, o que é Donnie Darko?
Donnie Darko é um filme de 2001 escrito e dirigido pelo jovem diretor estreante Richard Kelly, que, por causa do marketing raso e a classificação de gênero errada acabou sendo uma decepção nas bilheterias. Até hoje você pode encontrar Donnie Darko na sessão terror em várias locadoras, sendo que o filme se trata de ficção científica.
E isso já nos leva a um ponto interessante sobre esse filme.
Se você assistir ele sem saber o que esperar, existe uma grande chance de terminá-lo sem nem ao menos entender que realmente se trata de uma ficção científica. Mas vamos por partes.

Sinopse:
Em uma cidadezinha chamada Middlesex (é isso mesmo), a população se encontra curiosa e apreensiva com o término da década (a historia se passa em 1988), o que faz com que pessoas conservacionistas pipoquem em todos os cantos, e entre gente chata e gente medíocre existe Donnie Darko, que é simplesmente o jovem mais problemático de Middlesex, tendo problemas psicológicos que podem torná-lo um cabeça-quente de uma hora pra outra, gerar crises de esquizofrenia e um pequeno histórico de crimes contra propriedades privadas.
Donnie não é muito bem visto pelo pessoal da cidade e parece se desentender o tempo todo com sua família, suas notas na escola não são as melhores (mesmo que ele prove ser um gênio em dados momentos) e seus únicos dois amigos são panacas.
No dia 2 de outubro de 1988, enquanto todos dormem, Donnie acorda ao ouvir uma voz misteriosa que o chama para fora de casa, seguindo a ordem, ele se vê em seu jardim de frente para um coelho demoníaco que lhe avisa que o mundo vai acabar dentro de 28 dias, 6 horas 42 minutos e 12 segundos. Na manhã seguinte ele acorda em um campo de Golf com o tempo que lhe resta escrito a canetão em seu braço esquerdo, ao voltar pra casa, Donnie descobre que enquanto esteve sonâmbulo a noite toda uma turbina de avião despencou do céu e aterrissou direto em seu quarto. Donnie Darko foi salvo por uma alucinação, ou será que de alucinação não tinha nada?

A primeira coisa que difere este filme de muitos outros do mesmo gênero, é que você sabe exatamente as mesmas coisas que o protagonista sobre o que está acontecendo ao seu redor, então se a ficha de Donnie ainda não caiu, provavelmente a sua também não. E é comum também chegar o momento em que Donnie descobre o que realmente está acontecendo quanto a profecia e o telespectador ainda está boiando, afinal, nada é explicado diretamente, tendo você mesmo que ligar os fatos e saber o que houve, isso enquanto a sisma de que tudo não passa de ataques de esquizofrenia do personagem fica martelando em sua cabeça.


Quanto aos personagens, eles são fantásticos. Cada um recebe uma hora ou outra um momento importante que define fatos futuros ou apenas reações não esperadas de Donnie

Além do próprio protagonista, podemos criar um grande afeto por alguns outros personagens como Frank (o cara fantasiado de coelho que assombra o Donnie)   a namorada de Donnie, Gretchen Ross, a professora de inglês Karen Pomeroy (interpretada pela lindíssima Drew Barrymore), o pai Eddie Darko, a irmã mais velha Elizabeth Darko e a mãe Rose Darko.



Alguns anos depois do lançamento, Donnie Darko ganhou o status de filme cult e nunca mais vai sair deste pedestal bem merecido, mesmo que eu seja contra gente que coloca o filme numa redoma dizendo que ele é perfeito e nunca deve ser profanado, eu apenas concordo que ele é único, simplesmente uma ótima combinação de referências, personagens diferenciados, trilha sonora marcante e uma trama simples que requer tempo e atenção para ser compreendida.

Existem algumas críticas mescladas ao roteiro que em certas horas vem a tona, como a auto-ilusão criada por certas pessoas para disfarçar seus problemas ou seus medos, o próprio conservacionismo que eu já citei lá em cima e as malditas regras de sociedade que definem padrões de beleza e comportamento.

OK, se você ainda não viu o filme, leia somente até essa parte, porque agora eu pretendo escrever um pouco sobre as teorias apresentadas na história, a única recomendação que eu faço é que você procure a versão do diretor, pois é a única que esclarece os eventos ocorridos de forma discreta, e é obvil, não cometa o crime de assistir dublado (se é que existe), filmes assim precisam estar no áudio original para não se perder nada.
Depois volte aqui (principalmente se não entendeu nada) e leia a minha visão da trama (sim, nem todo mundo vai interpretar a mesma coisa).

Deixo aqui um trailer de fã muito bem feito pra encerrar o post básico.







Donnie Darko e física quântica:

Na física quântica existem centenas de teorias e especulações sobre diversos fenômenos presenciados ou apenas "possíveis" de serem reais, um deles são os Wormholes ou Buracos de Minhoca, onde se pode usá-los para cortar um atalho entre dimensões, espaço-tempo ao apenas viajar no tempo. Os Buracos de Minhoca são extremamente instáveis e não conseguem suportar um quantidade significativa de massa, o que indica que a única forma de cruzá-los é com um objeto que quebre a velocidade da luz.
No filme existe um livro misterioso que Donnie ganha de seu professor de física chamado A Filosofia da Viagem no Tempo, este livro que foi escrito por uma mulher que todos acreditam já estar louca fala sobre um estranho fenômeno chamado de Universo Tangente.
Agora entra uma lenda bem sinistra de que este livro realmente foi escrito, e que Donnie Darko apenas foi inspirado nele. Eu apenas acho que tudo não passa de uma mera história. As paginas do livro que foram mostradas na versão do diretor podem ser encontradas na internet para serem lidas a qualquer momento, no entanto apenas as páginas que foram mostradas no filme, o que comprova que não passa de um complemento para o entendimento dele.

Explicando o básico da trama:

A principal coisa que você conclui depois que assiste ao filme é que realmente houve uma viagem no tempo, a cenas no final em que Donnie observa o Buraco de Minhoca se formando e depois desprende a turbina comprovam isso, então sabemos que o responsável pelo acidente foi o próprio Donnie.

Mas não foi ele que mandou ela na linha temporal em que a historia começa.... então, quem seria o responsável?
O responsável nunca foi esclarecido, provavelmente Deus, o próprio tempo ou qualquer outra força cósmica que quisesse zuar a realidade.
Mas então, o que aconteceu para que Donnie precisasse se responsabilizar pelo acidente?

Bom, imagine que exista uma linha do tempo em que as coisas praticamente são traçadas e nada acontece por acaso...

Linha do tempo: _______________________________________

Mas então, alguma coisa interfere nessa linha natural, essa coisa precisa ser um objeto metálico que não pertence ao universo em questão (nesse caso a turbina de avião, por isso ninguém sabia de qual avião ela se desprendeu, afinal de contas era um avião que só iria decolar 28 dias depois). Esses objetos são chamados de "Artefatos"

E o resultado é isso...
                                           
Linha do tempo:__________ _______  ____________________

A parte onde a linha do tempo se fragmenta é onde o Artefato caiu e a outra parte fragmentada é o tempo de onde o Artefato veio, quando isso acontece, o destino não pode mais seguir seu curso, pois alguma coisa inexplicada aconteceu, é como se você estivesse jogando Mario Bross e de repente o Sonic aparecesse como personagem jogável, buga tudo, é algo inadmissível.

Então a linha do tempo se transforma em um Universo Tangente...
                                             _______
Linha do tempo:__________

O Universo Tangente surge como um modo de emergência, e se o problema com o Artefato não for resolvido até o dia certo a linha do tempo se choca com ela mesma e destrói toda a existência. ^ ^

Para corrigir o erro, um Receptor Vivo (Donnie) é escolhido, este deve ser guiado de forma precisa até o dia certo para que esteja no momento certo e corrija o problema, para isso ele recebe algumas habilidades chamadas no livro de poderes quadrimensionais que são:

Manipulação de água (inundar a escola)

Manipulação de fogo (queimar a casa do molestador de garotinhas)

Força sobrenatural (quebrar um cano de água resistente e depois cravar um machado na cabeça de uma estátua de bronze maciça)

Manipulação da mente (não sei exatamente onde isso entrou, mas acho que se relaciona ao comportamento dele durante a palestra)

Tele cinese (não parece mas foi ele quem separou a turbina do avião no final)

O Receptor Vivo também recebe a ajuda de alguém que morreu no Universo Tangente estes são os Manipulados Mortos, nesse caso é o Frank, a Gretchen Ross bem que poderia ser uma, mas ela estava viva em todos os momentos do filme, lembre-se que existia um Frank vivo também, sabe-se lá onde foi parar o espírito da namorada do Donnie, talvez o Frank tenha sido mais do que o necessário.
O Manipulado Morto tem a missão de controlar o Receptor Vivo em seus sonhos para fazê-lo chegar ao seu destino. Lembre-se que todas as cagadas que Donnie fez ele estava recebendo ordens de Frank.
A cena do atropelamento e do tiro no olho nada mais são do que uma armadilha de segurança, o que definiu de vez as atitudes finais de Donnie, pois com isso ele não tinha mais escolha a não ser resolver o problema (afinal de contas o que mais ele podia perder?).

Os Manipulados Vivos cumprem seu papel como pessoas convenientes em momentos convenientes, geralmente dão dicas importantes e agem até mesmo de forma inesperada, o maior exemplo foi quando a professora do Donnie escreveu Cellar Door na lousa antes de sair da escola para nunca mais voltar, a professora de educação física megera e os outros personagens que faziam parte do conselho estudantil também traçaram rotas importantes para que Donnie seguisse.
Curioso como aos poucos em que ele vai lendo o livro e entendendo o que estava acontecendo, seu medo de estar em um universo "bugado" com pessoas controladas vai se tornando um terror profundo que, provavelmente fez a maior parte de nós sentirmos muita pena dele.

Quando o Universo Tangente é consertado, as pessoas que se envolveram acabam tendo alguns sonhos que se relacionam ao mundo paralelo que acabou de se extinguir (sim, depois que os problemas são resolvidos o Universo Tangente não precisa mais existir, pois a linha do tempo agora segue seu curso) isso causa remorso na maioria e tristeza em outros, pois o destino sempre troca a vida de alguém pela ordem da natureza. (Isso nos faz pensar naquela pessoa que morava umas três casas ao lado da nossa, que morreu em algum acidente e que não ligávamos tanto, mas que por algum motivo sentimos uma certa culpa ou mesmo dor por sua morte, vai saber se ela não salvou o mundo e você agiu que nem babaca pra forçá-la a cumprir sua meta, como tudo foi corrigido, você nunca saberá...).

Depois de tudo o que escrevi, ainda é possível que eu esteja errado em várias ou todas essas coisas, fiquei sabendo que o diretor decidiu explicar o filme há um tempo atrás, mas eu prefiro não procurar pois é muito bom tentar achar a sua lógica para Donnie Darko, e, ainda considero um erro ter que explicar o próprio trabalho.

Há uma possibilidade de que alguns personagens não sejam o que foi mostrado no Universo Tangente, dois bons exemplos são Gretchen e o palestrante do qual eu não lembro o nome, Gretchen poderia ter na verdade, uma família normal e o palestrante poderia ser muito bem um cara decente.


Então, eu acho que isso é tudo, espero que tenha gostado e que algumas dúvidas (pelo menos quanto ao Universo Tangente) tenham sido esclarecidas.