Páginas

30 de mar. de 2013

Ass Kicked - Tudo Quebrado

Essa postagem está a muito tempo inacabada aqui nos rascunhos, eu finalmente criei coragem pra finalizar isso e publicar.

Quem conhece Kick Ass? A famosa revista em quadrinhos de Mark Millar e John Romita Jr. que conta de uma forma cartunesca e exagerada como seria, de fato o nosso mundo com "super-heróis". Esse artigo será exatamente para falar tanto da HQ original quanto do filme que estreou em 2010 e provavelmente destacar algumas diferenças, portanto esteja avisado que vão haver spoilers, leia somente se pelo menos já tenha assistido o filme e não se importa de saber as diferenças.

Vamos ao enredo:
Dave Lizewski é um desses caras que não consegue se destacar em absolutamente nada em seu colégio, sendo ignorado pela maioria e tendo dois imbecis como melhores amigos. O único ponto de escape de Dave, assim como o de muitos adolescentes de hoje são os jogos online, sites de pornografia e acima de tudo revistas em quadrinhos.
Quando Dave começa a se questionar para seus amigos sobre o porquê de ninguém antes ter tentado ser um super-herói de verdade mesmo com tamanha influência logo é censurado e tentam convence-lo de que está dizendo besteiras.
Motivado então a se tornar o primeiro super-herói de verdade, Dave compra uma roupa de mergulhador na internet e decide sair em vigília.

Em sua primeira tentativa de combater o crime depois de semanas é tremendamente frustrado quando recebe uma facada no pulmão e logo depois é atropelado, quebrando assim quase todos os ossos do corpo.
Dave consegue se livrar da roupa (não me pergunte como, isso é simplesmente impossível quando se tem o corpo moído e quase nenhum sangue sobrando) e é encontrado nu pelos para-médicos.

Seis meses depois, agora quase totalmente recuperado e com placas de metal implantadas por todo o corpo, Dave veste novamente sua fantasia e volta para as ruas. Desta vez arruma briga com três grandalhões que estavam prestes a surrar um sujeito que aparentemente devia alguma coisa, nesse momento várias pessoas se aglomeram pra ver a briga, alguém filma, manda o vídeo para o You Tube, e a mais nova celebridade de Nova York surge: o super-herói Kick Ass.



OK, o roteiro é bem maluco não é? Mas soa bem realista em certos momentos, apesar de que nada, de fato precisar ser levado a sério em Kick Ass.
Toda a HQ consegue se destacar das demais principalmente pelo fato de que ela soa crua, não passa nenhum tipo de glamour relacionado aos heróis que conhecemos e quanto mais lemos mais temos a impressão de que Dave está se atolando na merda.
Eu começo a suspeitar de que HQs americanas para maiores, como esta não utilizam de Onomatopeias, pois eu comentei algo parecido na postagem sobre Watchmen.

Os desenhos de Kick Ass são bem cartunescos, muitas vezes chegam a ser engraçados, com alguns personagens que tem a cabeça desproporcional ao corpo, no entanto todas as ilustrações são bem bonitas, algumas vezes o sangue (também desproporcional) lembra suco de tomate.
A ambientização é realmente muito bem feita, temos as diferenças entre as áreas normais e as mais perigosas de Nova York, as pessoas parecem ter um certo grau de loucura e como de costume nesses tipos de trabalhos mais "hardcore" temos uma estranha impressão de que o mundo parece "sujo demais".

Em 2010 Matthew Vaughn dirigiu o longa metragem que popularizou ainda mais o herói meia-boca, criando com fidelidade várias cenas clássicas da história em quadrinhos e contando com um elenco competente, o filme Kick Ass consegue ser melhor que seu produto original em vários aspectos, mesmo não apresentando toda a "sujeira" que os quadrinhos mostram.

OK, a intenção do original nunca foi ser sério, e isso o filme com certeza não conseguiu se igualar, enquanto o Dave dos quadrinhos é um nerd com alguns parafusos a menos, no filme ele tem toda a iniciativa para se tornar um herói de verdade, menos os poderes. E, sinceramente, eu gostei bastante assim.
Quando se adapta qualquer tipo de mídia, é impossível fazer algo que seja idêntico, e nesse ponto muitos diretores fracassam porque não tem a menor ideia de como estabelecer um equilíbrio que faça seus filmes funcionarem sem a mídia original ou simplesmente criam coisas completamente fora do universo que deveriam estar representando. O filme consegue ter uma quantidade satisfatória de personagens carismáticos que servem muito bem a trama adaptada.
Mas agora.... SPOILER que droga de cena foi aquela do Jetpack? Kick Ass de fato age como um herói no final do filme, mas aquilo soa como um super-herói, e a grande jogada da série de revistas sempre foi o fato de que não importava o que ele e os outros personagens fizessem, eles não eram super-heróis de verdade e isso criava um certo choque entre realidade fictícia e a nossa realidade. E isso fo me faz pensar que a parte final do acerto de contas não precisaria de uma mochila a jato com metralhadoras e nem o Kick Ass MATANDO uma pessoa com um lança mísseis.SPOILER.

A HQ teve uma sequencia chamada simplesmente de Kick Ass 2, nela os assuntos inacabados da primeira parte finalmente deveriam se esclarecer, e... ahhh.... caramba! É uma confusão do começo ao fim, se você pretende ler a segunda parte depois da primeira, deixe de lado seu senso de realidade, moral e lógica, porque Kick Ass 2 não tem nada disso e ainda consegue ser legal, já que é uma surpresa (não exatamente feliz) a cada volume. Duas famosas Hqs que se passam no mesmo mundo (e estilo) de Kick Ass foram lançadas por Mark Millar que são Nemesis e Hit Girl, sendo essa segunda um epílogo para um dos maiores personagens de Kick Ass que não teve um final "justo" na segunda HQ.

E ainda por cima este ano (2013 caso você seja do futuro) vamos ter a segunda HQ adaptada para o cinema. Logicamente com mudanças bem mais drásticas da obra original, e provavelmente com apenas 2/10 do banho de sangue que existe na versão em quadrinhos. Mesmo assim, eu espero um grande filme.

Enfim, eu deixei aqui minhas duas impressões sobre HQ e filme. Se você não conhece nenhum dos dois fica então minha dica de leitura ou filme de fim-de-semana, pois ambos servem apenas para entretenimento e sem nenhuma mensagem forte no final, mesmo assim são trabalhos que nunca saem de nossas cabeças depois que conhecemos.

Quanto a próxima postagem:
Graças a postagem sobre criaturas macabras do Lucas eu conheci o Frank, e Frank me apresentou Donnie Darko, e da próxima vez eu vou apresentar Donnie Darko a vocês.






  

23 de mar. de 2013

Onefuckingpunch-Man!

Olá leitores! Como vão todos? Por favor não abandonem o blog (ou abandonem, desde que deem uma olhadinha toda semana), eu não estou morto, mas estou dedicando todo o meu tempo aos meus desenhos, e  Tale of the Grim Reaper só não foi parar nas mãos de um editor ainda porque a tradução para o japonês está demorando muito pra sair. Eu estou com uma certa falta de concentração pra escrever qualquer coisa que não seja uma história, mas decidi que não quero deixar o Guardião por mais tempo sem nada novo e então vou fazer essa análise sobre um mangá pouco conhecido que simplesmente é..... ..... FODA! (e sim, eu estou falando palavrões nessa postagem, eu não acho que um papai de família moralista leia isso, então...)   .


Onepunch Man é um web-mangá escrito por um autor que usa o pseudônimo de ONE e trabalhado pelo fabuloso desenhista Yuusuke Murata.
O enredo trata-se de uma paródia com estes mangás\tokusatsus de luta, onde um monstro invade uma cidade a cada capítulo e os heróis precisam dar um jeito de detê-lo, o protagonista é o herói Onepunch-Man (Saitama), que consegue poderes semelhantes ao de um deus apenas fazendo um treinamento intensivo que faz com que todo o seu cabelo caia (?), o problema de tudo isto é que ele não vê a menor graça em matar inimigos com tanta facilidade, e eis que uma batalha intensa com um monstro mutante com poderes de destruição em massa acaba se tornando uma piada que faz com que você gargalhe enquanto arregale os olhos com as demonstrações de técnicas clichês usadas. No final, todos os personagens que surgem, por mais dramáticos ou determinados que pareçam ser uma hora ou outra acabam virando motivos de risadas ou de batalhas épicas.

Mas o que tem em Onepunch-Man que o torna tão bom, já que ele praticamente inteiro é feito de clichês?

Bom.... já que o mangá é de paródia, os clichês são muito bem-vindos, sem falar que esse negócio de matar com um soco só é novidade.
Uma vez que você começa a ler não consegue parar mais, os quadrinhos são desenhados de um jeito que fazem parecer um anime, tanto que existem cenas inteiras sem nenhuma fala, apenas com a sequência de golpes passo-a-passo, é quase possível vê-las em movimento, o que me leva a falar da arte de Murata.

Mas antes preste atenção na sequência aí de baixo, é uma cena do treinamento entre o androide Genos e seu "professor" Onepunch-Man, ela vai ser loooooonga, mas vale a pena.























Viu só? Qual foi sua reação? Parecia que eles estavam mesmo em movimento não é?
Esta sensação surge em vários momentos da história e este é o primeiro mangá que que eu conheço que traz essa perspectiva tão intensa e bem trabalhada.
Eu já falei da história leve, divertida e viciante feita pelo ONE. E agora vou falar dos desenhos.
Yuusuke Murata teve o seu tempo de ajudante do Takeshi Obata (Death Note), e isso explica os cabelos por camadas sobrepostas que ele desenha e a anatomia bem distribuída dos seus personagens, é o criador de uma série sobre futebol-americano chamada Eyeshield 21 e eu soube que ele já criou chefes de fases pra um dos jogos do Megaman, e isso deve explicar o visual de inimigos como ela:

 É curioso ver que Eyeshied 21 não chega a ser tão bem desenhado quanto Onepunch-Man, pra falar a verdade nem parece ser feito pelo mesmo cara, pois a evolução nos desenhos é assustadora. Desde os cenários até os personagens (não incluindo propositalmente o Saitama) são carregados de detalhes e texturas realistas.

Então, acredito que a postagem vá ficando por aqui. Eu sei que está curta, com mais imagens do que qualquer outra coisa, mas não tem muito o que falar sobre Onepunch-Man, geralmente eu faço críticas mais bem embasadas, mas este é um mangá paródia que visa o puro entretenimento (como se esse não fosse o dever de quase todos os quadrinhos), portanto tudo o que posso dizer agora é que você LEIA porque com certeza vai se divertir, seja rindo ou se impressionando.

A próxima postagem terá uma abordagem mais ampla, e será sobre Kick Ass. Prometo que não vou levar um mês pra publicá-la.