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26 de fev. de 2013

Os Habitantes dos nossos Pesadelos

   Enquanto eu tomo coragem para fazer um post sobre The World Ends With You decidi fazer algo diferente... de novo. 
   Pois bem, a bola da vez são os meus monstros favoritos na ficção. Vou citar alguns que tenho que admitir que possuo um estranho fascínio acerca. Ou pelo o fato de serem criativos e originais ou simplesmente por serem bizarros e assustadores (aspecto que deveria ser o mais levado em conta).
   Vou começar com uma criatura que não é necessariamente um monstro (Não vou explicar o que é aqui porque é muito complicado e eu daria um spoiler muito grande se explicasse), este é Frank. O coelho gigante do filme Donnie Darko que é um dos meus filmes favoritos. 
   Não, o filme não é de terror,  mas não pude evitar de sentir um certo calafrio na primeira vez que vi Frank. Ele parado, olhando, sem dizer nada... Quero dizer, olha só para ele!
   Mas é legal saber que ele na verdade não é um vilão e chega até ajudar o protagonista. Aliás, recomendo o filme.

         
   Enfim, continuando...
   Eu gosto bastante de Scooby Doo (Tirando aquele que tem o Scooby Loo), pra mim é um dos melhores desenhos da Hanna-Barbera. 
 Tá, tudo bem, os episódios repetiam sempre a mesma fórmula e a Daphne era uma inútil, mas eu gostava de acompanhar os episódios para ver como mistério seria resolvido e principalmente ver qual seria o monstro que iria botar o Salsicha e o Scooby pra correr. Admito que os monstros de Scooby Doo não são assustadores (Apesar de a caveira do espaço ter uma risada um tanto desconfortante), mas são bem criativos. Eu sei que não é muito justo colocar mais de um monstro, mas vou colocar aqui os que eu mais gostava quando criança.    




    
   Próximo. 
   Eu sei que eu já fiz um post sobre o lado negro da Disney, então não vou colocar o Horned King aqui, mas o próximo da lista vai ser um que eu esqueci de falar sobre no citado post. (Mensão honrosa também para a forma de dragão de Malificent e a baleia Monstro do Pinnochio) 



   Chernabog para mim ganha fácil como o demônio mais assustador da Disney. Seu passatempo favorito é invocar almas penadas apenas para matá-las novamente com suas chamas infernais... Fantasia é um filme para crianças... Claro Disney... Claro... Mas tenho que admitir que é um dos filmes mais "tira-fôlegos" já feitos, nem vou começar a falar da animação e da trilha sonora.

   Eu também já fiz um post sobre Coragem o cão covarde faz um tempo e tenho a impressão que já mencionei o próximo competidor da lista (estou com preguiça de me certificar).

    Os fantasmas do moinho apareciam quando o moinho que ficava ao lado da casa de Coragem parava de girar, pois estava amaldiçoado (Não lembro como era essa maldição). Mas o que mais me assustava não eram os monstros em si, mas sim o ambiente e a música de fundo que tocava quando eles apareciam. Lembro que a música de terror tocava quando o moinho parava e de como o céu ficava vermelho, tudo aquilo proporcionou que Os Vândalos do Moinho fosse o episódio mais assustador de Coragem, pelo menos nas minha opinião. 
   
   Bom, vamos passar para o videogame agora. É claro que não poderia ficar de fora!


   O Pyramid Head para mim é e provavelmente sempre será o monstro mais Badass de toda história de Survival Horrors. Só pelo fato de não podermos ver o rosto dele e ele carregar uma lâmina maior que ele mesmo já dá arrepios. Pyramid aparece em Silent Hill 2 (lindo, lindo) e seu passatempo favorito é estuprar... Sem zuera.

   O próximo é um personagem do meu conto de terror favorito. Como tem filme também você não pode chorar dizendo que eu não coloquei nada do Tim Burton nessa lista.

  
   A lenda do cavaleiro sem cabeça (The Legend of Sleepy Hollow) foi um conto escrito por Washington Irving publicada pela primeira vez em 1820. A história conta sobre a maldição de Sleepy Hollow, um bosque localizado perto de uma pequena cidade. Este bosque é famoso por ser extremamente silencioso (por isso tem Sleepy no nome) e é amaldiçoado pelo famoso espírito do cavaleiro sem cabeça, que teve sua cabeça arrancada por uma bola de canhão durante uma batalha na Guerra Revolucionária Americana e que vaga pelo bosque de madrugada procurando por sua cabeça. Tim Burton deu a vida a história no longa-metragem de 1999 estrelado por Johnny Depp (novidade). Pronto, aí está seu Tim Burton. 

   Como acho que isso aqui já está ficando longo e já gastei uma quantidade razoável de tempo, vou dizer logo o primeiro lugar. Senhoras e senhores, sem mais delongas eu dou a vocês



   Ctulhu!!! 
   Ctulhu exala caos, destruição e terror. Um ser maligno tão antigo que é dito ter surgido ao mesmo tempo que o universo e até mesmo governar o mesmo. 
   Ctulhu de longe é o ser mais colossal e grandioso e aterrorizador que já ameaçou o ciclo de vida na Terra mais do que qualquer Godzilla conseguiu. Tão maligno que apenas saber de sua existência pode significar danação.
   Deixando a veneração de lado, Ctulhu foi criado pelo mestre H.P Lovecraft no conto The Call Of Ctulhu escrito em 1926. O conto narra as descobertas de um cara sobre o tal monstro em umas pesquisas deixadas de herança pelo seu tio-avô. 
   Ctulhu mora na cidade de pedra R'lyeh, localizada em um ponto distante no meio do oceano pacífico e perturbá-lo do seu sonho pode não ser uma boa ideia. Johansen, o navegado que o diga.  
  O que mais me assusta  em monstros que habitam os oceanos é o fato de eles viverem em um local que te deixa completamente exposto e vulnerável. No meio do mar, você não pode pedir por socorro e praticamente  sua sobrevivência depende da boa vontade ou da fome da criatura que está a sua frente. 
   
   Fun Fact: Eu ouvi falar que existe cultos ao Ctulhu até hoje, mas não posso afirmar a veracidade do boato.
    "In his house at R'lyeh dead Ctulhu waits dreaming"
   

   Anyway, acho que o post vai ficando por aqui, espero que tenham gostado e até a próxima!

6 de fev. de 2013

Quando Pixels Valem Mais Que Mil Palavras

Bom, antes de ir direto ao assunto, acho que preciso falar sobre algumas coisas antes.
Existe um fórum/site muito conhecido chamado 4Chan, nele pessoas do mundo todo estão livres para postarem seus desenhos, se apresentarem com nomes falsos para debater sobre exatamente tudo o que quiserem e também para contar histórias como fan-fics e outras coisas do tipo.
Geralmente o material que se retira do 4Chan não pode ser considerado uma coisa saudável na maior parte do tempo, afinal de contas pessoas que contam com o anonimato geralmente demonstram seus lados mais obscuros, no entanto até mesmo em um lugar cheio de más intenções como o 4Chan coisas realmente boas e únicas podem aparecer, como é o caso de Katawa Shoujo.


No japão existe um tipo específico de jogo que foi batizado de Visual Novels, são jogos em que praticamente o jogador assiste mais do que qualquer outra coisa, fazendo decisões que mudam o rumo de sua historia em momentos chave da jogatina. Na maioria das vezes esses jogos são como simuladores de encontro onde se deve praticamente conquistar uma pessoa com o tempo de forma que uma amizade se torne algo colorido e possivelmente transpasse a friend-zone.
Então você aí deve estar pensando: -o Augusto vai mesmo fazer um post sobre um jogo de encontro com personagens de anime? Mas que coisa mais escrota!
E em minha defesa eu digo: -sim e não. ^^

Depois de um caso contado no 4Chan (aparentemente) verídico sobre a adoção de uma garota que ficou deficiente e sozinha após um grave acidente, pessoas do mundo inteiro decidiram se reunir para criar uma Visual Novel que contasse uma historia sobre pessoas com deficiências físicas e que consequentemente lançasse dúvidas para diversos jogadores anônimos por trás de seus pcs, como: você veria problema em se aproximar de alguém que tivesse alguma deficiência?
Ou então: você NAMORARIA com uma pessoa que tivesse algum tipo de deficiência?

E antes de continuar eu quero agradecer ao grande blogueiro Amer H. e seu fantástico blog sobre cultura popular nerd por fazer uma postagem exatamente sobre este jogo (que diga-se de passagem estava soterrada no meio das outras que surgiram posteriormente) e que me deixou com uma certa curiosidade para jogá-lo e ver como era. Vou deixar o link para quem quiser ver a postagem dele e conhecer melhor seu primordial trabalho como blogueiro e logo depois vou descrever minha experiencia com um dos games que mais me marcou. clique para ler a postagem do Amer.

 

Por algum motivo eu me senti curioso por testar esse game, mesmo que ele seja em um estilo que eu geralmente procuro passar longe, principalmente porque no princípio pensei que não era nada mais que um simples simulador de encontros banal.
Ha! Eu estava enganado!
Logo no início somos apresentados a Hisao Nakai, o protagonista do jogo, ele está de pé em meio a neve esperando por uma garota da qual gosta ha muito tempo. O frio vai se intensificando e o tempo passando até que Iwanako aparece, e no meio de uma conversa bem cativante a menina se declara para Hisao, que descobre da pior maneira que possui um grave problema no coração ao sofrer um ataque cardíaco e desmaiar no gelo.
Hisao fica quatro longos meses internado em um hospital tendo apenas os livros servindo como porta para a liberdade, seu estado aos poucos vai deixando de ser tão grave, no entanto as chances de que ele nunca mais possa fazer esforços prolongados e consequentemente não consiga mais ter uma vida como estava acostumado ainda continuam muito altas. Aos poucos, todas as pessoas que eram próximas dele o vão deixando, até mesmo Iwanako troca pouquíssimas palavras com Hisao. É quando seus pais começam a levar em conta a ideia de o colocar em um colégio interno para deficientes físicos. Quando fazem a proposta para Hisao, o garoto tem apenas duas opções que são ir para o colégio Yamaku ou fazer seu último ano letivo em casa, tendo que ficar atento constantemente com sua saúde.
Cansado de estar preso e com saudades de ver outro quarto que não seja o de um hospital, Hisao decide ir para Yamaku e tentar a sorte ainda como um estudante e não como paciente.



Desde o começo, o jogador começa a acompanhar a vida de Hisao dia após dia depois que ele chega a Yamaku. Os gráficos do jogo se resumem a imagens do cenário onde está se passando a historia no preciso momento e os avatares dos personagens que sempre vão ocupar um canto da tela quando estão aparecendo no campo de visão do protagonista, é tudo muito simples e as vezes cansa a vista. No entanto um dos pontos interessantes sobre os gráficos é a direção de arte, pois ela é feita por diversos artistas diferentes com estilos diferentes, isso por um lado é meio chato porque podemos ver grandes diferenças dos avatares que foram feitos por uma pessoa específica e os quadros em tela cheia feitos por outra, no entanto é bem divertido se impressionar com certos desenhos que vamos abrindo ao longo do jogo. Todos eles vão para uma galeria que pode ser visitada a qualquer momento.
Todo o jogo pode render até quatro atos: o primeiro será sempre o mesmo e se escolhas erradas forem tomadas, Hisao pode morrer e o jogo termina logo com menos de uma hora, existem cinco garotas das quais o jogador poderá se aproximar, cada uma tem uma rota e cada rota é dividida pelos outros três atos que faltam. Apenas uma pode ser investida de cada vez, isso quer dizer que (mesmo sem querer) uma vez que o jogador cai na rota de uma personagem ele deve jogá-la até o fim, seja fazendo o final bom, o final neutro ou o final ruim, caso queira entrar em outra rota o jogo deve ser recomeçado. Felizmente uma vez que os textos foram liberados a opção de acelerar o script é ativada, logo é possível passar todas as partes que já foram vistas em segundos e chegar na parte nova ou diferente do roteiro sem nenhum problema. Assim como as imagens em tela cheia do jogo, as musicas e capítulos que forem desbloqueados poderão ser acessados a qualquer momento.



Quanto ao romance... bom... essa é a parte mais interessante do jogo. Cada menina possui uma personalidade única que foi extremamente bem trabalhada, Hisao narra absolutamente tudo o que está acontecendo ao seu redor, então podemos saber exatamente como são seus jeitos de se comportar em determinadas situações. As garotas são:
 Emi Ibarazaki, provavelmente a guria mais animada de Katawa Shoujo, ela perdeu suas pernas em um grave acidente e é a única que consegue tirar proveito disso para correr mais rápido que as outras alunas, sendo uma campeã de corrida praticamente invicta;

Hanako Ikezawa, teve metade de seu corpo queimado quando sua casa pegou fogo, com oito anos, Hanako foi mandada pra um orfanato, onde nunca conseguiu fazer amigos de verdade por causa de sua aparência, motivo provavelmente pelo qual também nunca fora adotada. Tem um comportamento extremamente tímido, beirando a sociopatia;

Shizune Hakamichi, representante da classe de Hisao, Shizune nasceu surda e muda, por isso precisa constantemente de sua melhor amiga interprete Misha para se expressar, com um comportamento dominador e um espírito de liderança inabalável, Shizune é a personagem mais extrovertida do jogo;

Rin Tezuka é uma jovem pintora considerada um prodígio por seu professor de arte, teve seus braços amputados devido a uma má formação de nascença, Rin passa por constantes problemas por não conseguir se expressar direito usando palavras, por isso sempre usa metáforas em suas conversas, sua melhor forma de comunicação é através de pinturas, das quais infelizmente são abstratas;

Lilly Satou, meio japonesa e meio escocesa, é a representante de sua classe, sempre com um sorriso gentil no rosto, muitas vezes faz o fato de ser cega passar despercebido, Lilly adora tomar vários tipos de chás, o que aparentemente veio como costume do outro lado de sua família, ela é conhecida como amazona loira, provavelmente pelo fato de ter a estatura de uma mulher ocidental, o que a faz uma giganta entre as japonesas.

A partir do momento em que você cai na rota de uma delas, a trama do jogo aos poucos começa a girar em torno da garota em questão e Hisao, cada dia-a-dia passado é retratado de forma extremamente realista, de forma em que os sentimentos descritos por Hisao começam a afetar o jogador, então é muito comum você se pegar sorrindo, chorando ou simplesmente sentindo raiva por conta de alguma cena. Um fato curioso é que cada personagem tem um problema, que nem sempre é algo que esteja relacionado ao preconceito, um exemplo disso é a rota de Rin, que com toda a certeza é a mais angustiante e (na minha opinião) a mais intensa, afinal de contas Hisao é um só, ele aprende e muda com as personagens mas sempre será ele mesmo, você consegue perceber claramente que não existe conexão de idéias entre ele e Rin, no entanto eles se amam, Rin não tem a menor ideia de como lidar com isso e Hisao não sabe como alcançá-la, isso faz com que eles fiquem distantes mesmo estando lado-a-lado.
E levando isso em conta, eu concluí que cada uma delas precisa de algo diferente. Hanako pode se sentir inútil se a única coisa que o jogador mostrar ser dó e superproteção, Emi não quer algém que a veja vencer, ela quer alguém que vença junto com ela, talvez Rin não precise que a entendam, apenas que a aceitem e assim por diante. Durante o gameplay o jogador deve estar atento ao padrão de vida dos outros personagens.
Depois de um tempo, quando você se da conta de que já se acostumou com todos os personagens, fica claro perceber que suas deficiências sempre vão os deixar marcados, mas que também os marcam como humanos com valores imensuráveis, valores que só quem sabe apreciar momentos e não condições consegue ter.

No final das contas, toda vez que se termina uma rota, algo mais nos é acrescentado. Uma historia nova, uma personalidade nova que conhecemos, e isso nos faz entender porque personalidades nos cativam tanto, mesmo sendo claramente um amontoado de idéias e pixels, ainda vemos a intenção por trás do jogo, vemos o quanto cada personagem recebeu sua dose de humanidade de seus criadores e o quanto eles queriam que tudo fosse tratado como muito mais do que diversão e entretenimento.

Se você ficou com vontade de jogar Katawa Shoujo, eu já vou avisando que é melhor saber o básico de inglês antes, não saber o que está acontecendo vai tirar 100% do valor do jogo. Também não recomendo ao pessoal que não consegue se apegar a personagens fictícios e também aos sem paciência.
No final das contas, acho que Katawa Shoujo é um jogo que agrada um público abrangente, mas que não se alcança com tanta facilidade.

Um abraço a todos vocês, eu realmente queria falar sobre isso, divulgar minha experiencia sobre os bons momentos que passei assistindo a essa historia e o quanto fiz parte dela também. Quem quiser baixar pra matar a curiosidade eu vou deixar o link do site bem aqui.

Se for baixar a versão completa esteja ciente que tem cenas de sexo. Então não se impressione se de repente perceber que está em um jogo adulto.
http://www.katawa-shoujo.com/