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18 de mai. de 2013

Depressão, suicído e... Gatos?


  
 Pode ser sorte, mas ultimamente tenho escolhido meus jogos muito bem. Em uma das minhas jogatinas, tive o prazer de jogar um Indie chamado The Cat Lady. Acho não preciso dizer qual será o assunto de hoje, não é?



   The Cat Lady é um jogo produzido pela produtora independente Harvester Games, a mesma do jogo Downfall. Este eu nunca joguei, mas é um jogo adventure/horror inteiramente desenhado a mão, parece valer a pena dar uma conferida. Seguindo o mesmo estilo do seu antecessor, The Cat Lady também é um jogo Adventure com elementos de terror. Nele, você está na pele de Susan Ashworth, uma depressiva de quarenta anos que acorda em um tipo de mundo estranho após uma tentativa de suicídio. Esta não tinha ninguém na vida, a não ser por gatos, MUITOS gatos. Neste lugar, Susan encontra o seu cadáver na parte de trás de uma ambulância, o que prova para ela que ela conseguira mesmo se matar. Um pouco depois, enquanto perambulava tentando descobrir que lugar era aquele, ela conhece uma velha que se intitula A Rainha dos Vermes. Esta lhe da uma chance de voltar a vida, se ela aceitar matar alguns psicopatas. (Já dá pra começar a entender o conceito do jogo, certo?) E, para ajudá-la em sua missão, Susan recebe o dom da imortalidade. Aí depende do jogador responder sim ou não (coisa que realmente não importa, porque você acaba tendo que fazer isso do mesmo jeito.) Este tal dom funciona da seguinte forma: Toda a vez que ela "morre", Susan volta pra este mundo estranho e precisa fazer um sacrifício de sangue e alma para sair de lá, não vou explicá-los detalhadamente para não tirar a graça. Assim, Susan volta para o mundo real, que muitas vezes pode parecer que não é tão real assim, e começa sua mórbida missão.



    Aliás, morbidez é o que não falta no jogo. Ao longo jogatina, você visita diversos cenários extremamente   escuros e tristes, alguns até mesmo perturbadores, mas muito originais e criativos. A campanha deve durar em média de sete horas, não é muito longo, mas não dá aquela sensação de que terminou apressadamente. 
   A jogabilidade é, na minha opinião, o aspecto mais fraco do jogo. Você usa as setas para de locomover para esquerda ou para direita e enter para selecionar as opções, parece ser simples, mas você acaba se confundindo de vez em quando. Seria melhor mesmo se ele utilizasse apenas o mouse, no bom e velho estilo pont n' click. 
   Mas o que eu mais gosto mesmo do jogo, além da história que é excelente, é a trilha sonora e a dublagem. Ambas são satisfatoriamente bem feitas, combinando perfeitamente com a atmosfera do jogo. As músicas tem um toque meio jazz e é difícil não querer ouvi-las depois de um tempo após terminar o game. E as vozes, com aquele sotaque britânico charmoso (direto eu repetia algumas falas enquanto jogava xD), complementa ainda mais o universo. Elas sempre soam meio baixas, taciturnas e melancólicas.  
   Com o que citei acima, dá pra saber que o jogo possui uma ambientação muito pesada, do começo ao fim. Mesmo possuindo elementos de terror, ele não é necessariamente assustador, só possui um sustinho ali, outro aqui e alguns lugares que podem te deixar um pouco desconfortável, mas é isso. 
   Esqueci de citar que ele possui certas cenas violentas, então eu não aconselho pra quem tem estomago fraco e nem tendencias depressivas (Mesmo possuindo uma mensagem positiva no final). 
   No fim das contas, The Cat Lady NÃO é um jogo para todos, pois ele possui muitos diálogos (muito bem escritos) e poucas cenas que podem ser consideradas de "ação", ele é um jogo completamente movido pela atmosfera e pela narrativa, então eu recomendo muito pra quem curte um jogo diferente com uma boa história