Salve! Meus bons leitores!
Primeira postagem do ano, desejo um bom 2012 pra vocês e que nunca percam o pique que os move neste mundinho infectado por humanos medíocres e iludidos.
Mas como o blog é de entretenimento, não quero me perder em reflexões pessoais sobre pessoas e mundo.
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O ano começa com a crítica sobre um Mangá, que apesar de famoso, não teve uma boa divulgação aqui no Brasil (como qualquer outro Mangá).
Gantz
Este Mangá escrito por Hiroya Oku conseguiu se tornar famoso em todo o mundo por misturar Jogos Mortais com Arquivo X e uma pitada de Hentai. De longe, um dos desenhos mais sangrentos do mundo, destaca-se inicialmente pelo belo traçado, que difere muito dos demais.
A primeira coisa que uma pessoa deve esperar ao começar a ler Gantz, é que as "explicações" são as últimas coisas a serem tratadas, pois todos os acontecimentos são como sonhos vistos por uma câmera de Reality Show com regras de Jogo de Estratégia Online. Vamos a introdução da história.
Kei Kurono é um típico cara individualista que acha o mundo e as pessoas uma grande droga, ele não pensa no bem dos outros, não quer salvar o planeta e muito menos se envolver com qualquer um, a menos que seja uma das garotas gostosas que posam para revistas masculinas. Quando Kurono para em uma estação para esperar o Metrô percebe que perto de onde está se encontra um velho amigo de infância, Masaru Katou. Nas memórias de Kurono, Katou não ficou com uma boa imagem, já que diferente dele, nunca deixou de se importar com os outros, fazendo coisas inusitadas e mal-pensadas o tempo todo.
É tentando evitar cruzar olhares com Katou para não chamar a atenção que Kurono não percebe de imediato um mendigo bêbado que acaba caindo na linha do Metrô. Um tempo depois, quando ninguém parece disposto a fazer nada, Katou pula na linha e começa a ajudar o velho, nesse momento ele vê seu velho amigo parado na estação e chama para que ele ajude.
Mesmo sem saber porque, Kurono se vê ajudando no resgate do mendigo enquanto pensa no quanto se sente inútil fazendo um papel heroico por um morador de rua bêbado e boca-suja.
Quando estão quase jogando o velho de volta para a plataforma, a luz e os sons do metrô começam a ficar intensos no fundo do túnel, até que, com o mendigo salvo resta apenas para os dois pularem de volta, porém, o maior medo se realiza quando o trem atinge uma distancia da qual não deixa outra escolha se não correr na direção oposta do túnel.
As pessoas ao redor ficam paralisadas de medo e repulsa ao verem a máquina acertar em cheio os dois jovens e a cabeça de Kurono passar voando entre elas.
Depois de um tempo, os dois se veem em uma sala com outras pessoas que de alguma forma também foram mortas, o lugar parece ser um apartamento em qualquer lugar da cidade, mas com o diferencial de que não há como sair pelas portas e janelas porque estão trancados de forma sobrenatural. No canto da sala encontra-se o objeto mais curioso que é uma grande esfera negra que claramente não faz parte do cenário normal que os cerca.
Aos poucos eles vão se conhecendo e entre diversas discussões e debates para chegar a uma conclusão do que está acontecendo, a esfera negra começa demonstrar atividade, chamada de Gantz por um rapaz que parece estar la a mais tempo do que os outros, a esfera se abre nas laterais, mostrando um arsenal de armas customizadas e caixas contendo um estranho traje que lembra uma fantasia de borracha, dentro da esfera também encontra-se uma forma de vida muito parecida com um humano, porém não esboça sinal de vida, mesmo tendo pulso.
Na superfície negra da esfera começam a surgir mensagens e algumas explicações como o fato de suas vidas agora pertencerem a Gantz e que vão ter que cumprir missões para que um dia possam ter uma vida normal de novo.
A introdução da trama já consegue deixar claro o quanto Gantz é bizarro, mas resumindo de forma geral o que os personagens terão de fazer é participar de missões para livrar áreas de criaturas Alienígenas, independente se são bons ou maus. Para cada Alien derrubado e missão completa, o "jogador" aumenta seu Score, e os que atingem um certo número alto conseguem ser libertados, no entanto pelo que parece poucas pessoas ou nenhuma conseguiram esta façanha porque morreram nas mão de algum inimigo.
O Grupo central da história vai fazendo de tudo para sobreviver enquanto muitos jogadores novos vão surgindo e muitas vezes sendo aniquilados em suas primeiras missões.
De um ponto geral sobre Gantz, é realmente fabulosa a imaginação de Hiroya Oku, ele começou a escrever em torno do ano 2000 e conseguiu criar os mais variados tipos de situações, cenários e inimigos para os personagens, mesmo que sua obra seja um pouco confusa, ela ainda consegue ser facilmente digerida, pois o que importa mesmo em Gantz é saber como a próxima missão será lidada ou até onde os personagens vão aguentar a torturante tarefa ficar em guarda o tempo todo sabendo que podem ser teleportados para um outro combate.
Chega a ser até mesmo engraçado ver o quanto todos eles são tratados como personagens de algum jogo de computador. Um bom exemplo é que quando todos voltam para o apartamento depois de uma missão, todos os ferimentos são regenerados, até mesmo mutilação. Outro detalhe curioso é que mesmo depois que acabam a tarefa e podem voltar para suas casas eles percebem que na verdade não há mais nada que esperar de suas vidas a não ser uma próxima chamada.
Quanto a parte psicológica, devo destacar que é um dos pontos mais altos em Gantz, pois todos eles não poderiam ser mais humanos, a menos que realmente fizessem isso com humanos de verdade. Cada personagem não tem apenas uma personalidade própria, tem também gostos, defeitos, hábitos e carácter, o que os torna as vezes meio repugnantes em certos momentos.
Destaque também para o apelo erótico, que na verdade vai mais além do que mostrar peitos e bundas, Gantz é um dos poucos mangás populares que conseguem abordar temas tão cheios de tabus de forma displicente, como é o caso das mutilações com direito a ossos, tripas, veias e litros de sangue expostos. No entanto, tudo isto foi posto com a intenção de causar o efeito impactante imediato, ou seja, as cenas de sexo são simplesmente para exitar as coisas, mesmo que façam parte da historia, é fácil perceber que não tem nenhuma outra finalidade (muito bem aproveitada) a não ser abusar da beleza "farta" de algumas personagens e as cenas de "GORE" são simplesmente para dar medo ou passar da forma mais realista o quão tenso é o momento pelo qual os caçadores estão vivendo. Claro que sem isso, Gantz ainda seria bom, mas não seria impactante e consequentemente, seria só mais uma historia a se sustentar por enredo e traçado.