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25 de nov. de 2011

Aquele que Liga os Dois Mundos

Olá velhos e novos leitores do Guardião das Páginas, estava querendo falar de um Mangá faz um certo tempo, que apesar de antigo, nunca será apagado pelo tempo.

                                                              Shaman King

Shaman king me desperta curiosidade desde que eu era criança, eu sempre gostei do fato de cada personagem ser "estranho" do seu jeito, e vocês já vão entender o que eu quero dizer com isso.

Antes da historia, tem algumas coisas interessantes para se destacar neste Mangá, que é o fato de ele ser totalmente voltado para os mais variados tipos de religiões que estão espalhadas pelo mundo, atribuindo o termo "Shaman" aos devotos destas doutrinas não como índios (embora estes tenham muito destaque) e seus rituais com espíritos, mas sim pessoas que tem interação com o mundo espiritual e são capazes de crer em algo maior do que o destino.
Basicamente "TODAS" as religiões são mostradas de uma forma interessante em Shaman King, mesmo que algumas tenham apenas um ou dois personagens as representando, o interessante é que isto não é nem ao menos comentado, nem mesmo faz diferença, afinal são todos Xamãs (termo correto, o título da obra não conta).
Se entendeu o que quero dizer ou pelo menos pegou a ideia da coisa, podemos começar com a história.


Asakura Yoh é um garoto que nasceu com sangue Xamã de uma família renomada e uma das mais antigas do Japão, ele não quer fazer mais nada da vida a não ser deitar em uma rede e ouvir Reggae pelo resto de sua vida. O problema é que Yoh carrega nos ombros o futuro dos Asakura, por causa disso precisa sair de sua mansão no interior e se mudar para Tókio a fim de aprimorar seu poderes espirituais.
Ao se mudar para seu novo lar na grande cidade, Yoh faz amizade com um garoto sensitivo (que pode ver fantasmas mas não tem laços sobrenaturais) chamado Oyamada Manta depois de salvá-lo de uma gangue de arruaceiros. É nesse confronto que conhece também seu espírito guardião Amidamaru, um samurai que foi morto em 1.385 por ter desobedecido a uma ordem de seu mestre, da qual era matar seu melhor amigo Mosuke por fabricar espadas consideradas superiores as demais, podendo causar assim uma guerra pelo segredo de sua fabricação.


Pouco a pouco vamos nos acostumando ao jeitão lerdo de Yoh e vendo as coisas pelos mesmos olhos curiosos de Manta, que assim como nós, quer descobrir mais sobre o mundo dos espíritos.
Para lutar no início da historia, tudo o que Yoh pode fazer é incorporar Amidamaru, recebendo assim as habilidades do samurai.


As coisas seguem um certo ritmo até um Xamã que usa habilidades parecidas com as de Yoh começar a causar tumulto na região, o rapaz diz se chamar Ren Tao e é descendente de uma família chinesa Taoista (manipuladores do bem e do mal), seu espírito guardião é um guerreiro feudal chamado Bason. O curioso é que Ren usa uma lança exatamente igual a de seu guardião, ao incorporar Bason, suas habilidades se mostram muito maiores que as de Yoh, mas ainda sim não consegue matá-lo e roubar Amidamaru como desejava.
Yoh percebe o quanto está fraco em comparação a outro Xamã, mesmo derrotando Ren, sua batalha lhe custa alguns dias no Hospital, depois de um tempo, uma nova personagem entra ma trama, esta é Kyoyama Anna, uma Xamã do tipo Itako (basicamente uma invocadora... ou até mesmo Mãe de Santo) que diz ser noiva de Yoh, a garota é extremamente severa e começa a maltratar Yoh, fazendo-o trabalhar e treinar como um condenado, porém, este esforço começa a valer muito a pena (Yoh só chega vivo no final por que Anna o fez sofrer no começo... meio e fim... também).



Até este ponto podemos perceber que a verdadeira historia ainda esta se formando... e que tudo isso foi apenas para conhecermos bem os primeiros personagens importantes que começaram a surgir por todos os cantos.
Anna começa a explicar que o mundo está em um grande desequilíbrio porque as pessoas se esqueceram dos espíritos e da mãe natureza, não respeitando mais as leis de convivência, expandindo a tecnologia e deixando de lado os valores básicos e bonitos da vida. Isso já havia acontecido antes, e o destino da raça humana continuou caminhando a destruição total, porque a cada 500 anos um enorme meteoro chamado Estrela do Destino deve se chocar com a Terra, porém, um Shaman King sempre surge no momento exato e impede a rota deste desastre, depois ilumina o mundo e orienta as pessoas pelo caminho da paz até seu prazo acabar. Os últimos 500 anos estão chegando ao fim, e o mundo precisa de mais um Shaman King, a forma de decisão de quem levará este título é da fonte de todas as almas, conhecida pelos índios da Califórnia como Great Spirit (ou Deus), este se manifesta como uma enorme coluna de luz rodopiante que liga o céu na terra e ao eleger seu novo rei, através de um torneio extremamente difícil que envolve todos os tipos de Xamãs que passaram nas pequenas lutas em seus respectivos países (o motivo de Yoh ter sido atacado por Ren) acaba se tornando o Guardião do mesmo, dando a ele a habilidade de manipular o universo assim como desejar. Este torneio tão disputado se chama Shaman Fight.


O que você leu acima é a introdução para o que vem de mais incrível nesta obra de arte, no entanto o que vou escrever daqui para baixo pode ser considerado Spoiler pesado, então, se você tem em mente ler Shaman King acho que dei um bom começo para o assunto. Para quem não liga para os Spoilers...



Ao se preparar para sua viagem a Califórnia rumo a uma aldeia conhecida como Aldeia dos Pachi, Yoh e sua nova turma (que agora ta enorme) encontram um estranho rapaz muito parecido com Yoh. Seu nome é Hao e sempre está acompanhado de seus discípulos companheiros e seu aterrorizante e colossal Guardião: Um Elemental do Fogo.
Da pra acreditar que ele quer nos matar?
Hao é extremamente calmo, nunca parece se importar com os problemas, mas diferente de Yoh, é cínico e cara de pau. Alega que os humanos sem dons espirituais são uma praga a ser exterminada e quer se tornar o Shaman King para expurgar esta "raça" para sempre, criando assim um mundo apenas de Xamãs. Ele tem o poder comparado ao de um deus, podendo fazer coisas acima da capacidade do Xamã mais experiente, manipula o fogo com precisão, voa, se teleporta, invoca e controla até mesmo Demônios, tem força suficiente para matar um Anjo e ainda é protegido vinte e quatro horas por dia por seu Elemental que nunca abre uma brecha em sua defesa.

Hao na verdade é uma alma que nunca encontrou paz, ele tem um pacto com a morte de reencarnar a cada 500 anos para lutar pelo título de Shaman King, mas já foi frustrado e morto duas vezes, uma em sua forma original e outra na sua segunda encarnação, na qual roubou o Espírito de Fogo da Mãe Terra. Hao tem um passado conturbado e triste, o que leva muitos fãs a torcerem por ele (isso não é mentira) por não se tratar de um vilão qualquer, mas sim uma pessoa com motivos controversos para lutar.
Mesmo com o torneio correndo, não tem como não se preocupar com os planos de Hao, afinal de contas quem é capaz de encará-lo frente a frente? Até mesmo uma equipe cristã conhecida como X Laws e sua determinada líder Jeanne falharam em deter o garoto e sua equipe de admiradores.

O criador desta série de Mangás se chama Hiroyuki Takei, ele tem laços com o Xamanismo e até onde sei conhece o conceito de todo tipo de religião, sua obra ficou parada por alguns anos e apenas em 2009 ganhou continuação, o final de Shaman King simplesmente é épico e nos faz refletir muito quanto aos nossos desejos e vontades para com os outros, a série recebeu o nome de Shaman King Kang-Zeng-Bang e é, de longe muitíssimo superior a sua versão original, mas nem por isso desmerecendo a tal.


Shaman King ganhou um Anime horrível em 2001, ele começa muito bom, muito parecido com o Mangá, mas depois de um tempo se resume a fillers e mais fillers, até chegar a um final fraco e feito as pressas. Esta série merece um Anime melhor, torço para que um dia possa ver Shaman King com uma qualidade maior e uma trama mais fiel a obra de Takei.

Espero que tenha gostado da postagem, fique a vontade para comentar e enviar sua opinião.

20 de nov. de 2011

Live Action de Primeira

                            Olá leitores... hoje vai ser dia de postar um vídeo em evidência!!
Estava eu, navegando pelo You Tube e procurando minhas nerdices diárias quando achei um vídeo um tanto quanto chamativo, mas não tão inesperado chamado Live Action Naruto x Rock Lee. Como sou muito fã de Naruto fui clicando e assistindo o vídeo.
A primeira coisa que percebi é que não se tratava de uma simples brincadeira de fãs usando Cosplays mal feitos e truques de computação baratos, mas sim um projeto muito bem dedicado feito por uma empresa  novata chamada Thousand Pounds Action Co. que conseguiu recriar com muita fidelidade a atmosfera do Anime Naruto Shippuuden, tanto nos jogos de câmera quanto na ação dos personagens, o cenário varia de uma floresta para um campo aberto (entendo que seria necessário recursos muito altos para reproduzir Konoha-a vila oculta da folha e seus "figurantes"), que foram muito bem escolhidos, fazendo parecer um filme com uma produção ainda maior.
Segue abaixo o tão falado vídeo... espero que gostem e apreciem a dedicação desses caras que se deram ao trabalho de falar tudo em japonês e por legenda apenas para se aproximarem do original. Não estou dizendo que ficou perfeito, mas agrada mais que Dragon Ball Evolution (fato).

      

15 de nov. de 2011

O Tempero que Sobe Direto ao Nariz

Segundo filme comentado... Silent Hill não foi tão ruim, por isso minhas críticas sobre filmes receberam um selo de aprovação do ex-presidente...
Pode ler. O Lula aprova
...parei...

Existem muitos filmes que são bem a minha cara, na verdade posso falar de qualquer filme antigo de monstros (principalmente Lobisomens) ou qualquer aventura maluca que exceda os limites da imaginação sem o menor problema.
No entanto... me passou pela cabeça falar de um filme marcial. Isso mesmo, de lutas, mas este é diferente de muitos. Não é só na pancadaria que ele se destaca, mas também na historia centrada no relacionamento de pai e filha.


Uma das poucas vezes que vou comentar um filme marcial... mas assim como o Velozes e Furiosos- Desafio em Tókio, é uma obra para se assistir mesmo que não seja o tipo de filme preferido, simplesmente por que a historia vicia (Japão... sei lá... eu piro).

                                                                    WASABI


Jean Reno é um dos melhores atores que já ouvi falar (me assustei quando vi ele no Onimusha 3) e com certeza fez toda a diferença na história deste filme, que mesmo tendo muitos confrontos (excelentes e engraçados, diga-se de passagem), não tem estes como tema, o que acontece na maioria dos casos.

Antes de mais nada, quero avisar que este blog tem como objetivo informar sobre historias, autores e criticar tanto animes quanto mangás e outros tipos de quadrinhos. Não faço ficha técnica de atores e atrizes que estão na trama, a menos que seja necessário ou me de vontade... portanto é apenas uma análise não oficial, feita para ir direto ao assunto.Então...


Hubert Fiorentini é um policial  francês durão que simplesmente resolve tudo na base do cacete (uma das coisas mais bizarras nesse filme é que as pessoas que ele acerta com seus socos simplesmente saem voando e vão parar a metros de distancia), mas sua última missão não teve tanto sucesso por causa de seus métodos peculiares. 
Hubert então recebe férias de seu trabalho duro, e sem nada pra fazer, começa a pensar em seu abandonado amor Miko, uma bela oriental que conheceu enquanto trabalhava no Japão 19 anos atrás, mas que se afastou dele por motivos mal explicados.
Não tarda para que Hubert receba então uma carta vinda da terra do sol nascente explicando que Miko havia falecido e deixado uma herança para ele.
Se sentindo estranho e com muito pesar, o policial viaja para o último lugar que, agora, mais do que nunca gostaria de visitar.

Neste momento, a historia começa a ficar interessante, quando Hubert chega no Japão e ao receber a herança que está dentro de uma caixinha, é informado de que tem uma filha chamada Yumi, e como se não bastasse a surpresa, a garota estava perto de se tornar de maior, o que dava a ela o direito de sacar uma fortuna de 200 milhões de dólares. Ao conhecer a jovem de até então 17 anos, Hubert se sente em uma situação difícil, decidindo não contar a garota que é seu pai.
Aliando-se a seu velho companheiro de ação Momo, Hubert percebe que não vai ter que ficar apenas do lado de sua filha até que ela se torne de maior como também terá de protege-la da máfia japonesa (Yakuza) que, de uma forma tão suspeita quanto a morte de Miko, sabe que a garota tem direito a uma grande fortuna.
  



O roteiro é bom, mesmo que não tenha nenhuma carta na manga, o que torna Wasabi tão legal é o jeitão de cada personagem, porque apesar de ser uma trama um pouco triste, é recheada de momentos engraçados e bem bolados, a ação começa do nada e, quando percebemos estamos adorando ver aquilo.
A relação entre Yumi e Hubert com certeza é um dos grandes alicerces que seguram a historia. A menina tem um jeitão todo mimado e rebelde de ser, mas também demostra uma grande preocupação com seu pai, que se apresenta a ela como um velho amigo de Miko que ficou encarregado de cuidar dela como favor.
Momo é um excelente personagem, boa parte das cenas engraçadas estão sob a responsabilidade dele, mesmo que o resto seja apenas carisma, não há momentos desperdiçados em cenas com ele.
A Yakuza é retratada de forma bem perigosa, capaz de fazer qualquer coisa para cumprir seu objetivo, assim como são temidos na vida real, porém este filme leva bem mais em conta o quanto Hubert Fiorentini é um Chuck Norris da vida e vemos ele dando olé na maioria dos capangas enviados para capturar sua nova amada e protegida filha.

Wasabi merece ser lembrado como um ótimo filme marcial, mesmo que existam outros tão bons quanto ele, confesso que nunca me envolvi tanto com um roteiro desse tipo quanto o desse filme, talvez seja porque gosto de historias que envolvem amor de pais e filhos mais do que gosto de romances entre duas pessoas sem laços sanguíneos.

Quem escreveu e produziu este filme foi Luc Besson, não tão conhecido, mas também responsável por bons títulos como O Quinto Elemento e O Profissional (este também com Jean Reno), Wasabi foi lançado em 2001 e recebeu críticas razoáveis na época.

Bom... para o pessoal que gosta de filmes de luta, com certeza esse filme não é novidade, mas para quem não conhece, mesmo que não seja fã deste gênero (como eu) ainda sim recomendo.
Minha próxima postagem será sobre outro filme de terror. Este não é famoso, mesmo com duas continuações, mas não direi nada agora.

Deixo aqui o trailer de Wasabi:

Espero que tenha gostado do post, se quiser deixar um comentário, fique a vontade, apenas deixo claro que  comentários de trolls não serão permitidos.




12 de nov. de 2011

Vamos Conquistar... as Esferas do Dragão!!

OK pelo título da postagem já da pra perceber sobre o que vai ser o assunto desta vez... mas antes de tudo, dê um play no vídeo abaixo:


Pronto? Tornei seu dia um pouco mais feliz? Se a resposta é sim fico contente com essa nostalgia toda. Afinal de contas... se você assistiu este desenho... você teve uma infância de ouro. Não estou falando que hoje em dia não existam mais bons animes, mas é que o nível de dublagem decaiu de forma inacreditável ultimamente, e até as aberturas que eram um ponto alto acabaram ficando toscas e sem sentido. O jeito é virar Otaku e assistir tudo o que vier pela frente em japonês mesmo, já que o Brasil não investe mais tanto em cultura Nipônica.

Decidi falar de Dragon Ball pelos seguintes motivos:
* Ultimamente o pessoal só se lembra da saga Z e GT; 
* Dragon Ball é um ponto de referência para qualquer anime do tipo Shonen antigo e atual, por isso nunca deve ser esquecido;
* Tava com vontade de escrever sobre algo mais descontraído e repentino, mas com conteúdo bom.

A história de Dragon Ball é bem simples se levarmos em conta as sagas Z-Cell/Majin Boo e GT(da qual não gostei tanto, mas que vale a pena pelo final emocionante). Basicamente se resume as aventuras de um menino selvagem e grotesco (foi mal Goku adulto... mas é a pura verdade *____*) que viaja pelo mundo ao lado de uma garota ousada e reclamona (a Bulma foi assim por muito tempo) para coletar as lendárias sete Esferas do Dragão, que dão o direito de invocar o grande deus Dragão Sheng Long e realizar qualquer desejo (desde que não seja desejos infinitos... ele não quer trabalhar escravo). Depois de um tempo, no entanto, a história muda para um treinamento rigoroso que Goku vai se submetendo e bandidos poderosos que ele vai derrotando em sua constante evolução que mais tarde o daria o título de homem mais forte do universo.

Mesmo sendo simples... Dragon Ball conta um a bela historia, impressiona e nos faz querer vive-la junto do protagonista (quem nunca tentou soltar um Kame-Hame-Ha?). 


O mangá de Dragon Ball foi criado pelo mestre Akira Toriyama em 1986, muitos não sabem, mas Akira se inspirou em uma velha lenda chinesa conhecida como Jornada ao Oeste (existe um filme com Jet Li e Jack Chan baseado nessa lenda chamado O Reino Proibido), esta historia tem uma versão Japonesa e nela os personagens receberam nomes diferentes (talvez eu conte sobre ela mais tarde), principalmente o rei macaco Sun Wukong teve seu nome adaptado para Son Goku. Daí já temos como fazer uma relação entre o personagem Son Goku de Akira Toriyama e Son Goku-Rei Macaco.

Futuro Herói do Univérso
Por falar em macaco, parece que não foi só no nome e na habilidade de se tornar um Oozaru que o autor se inspirou, Goku quando era criança (pela primeira vez) se parecia em todos os aspectos com um primata, principalmente quando estava de perfil.
Mais tarde, ao crescer no fim de Dragon Ball, sua aparência começa a ficar mais humana, exceto pela cauda.

A pergunta que ainda faço constantemente é se ele tinha toda a história preparada em mente quando começou a fazer o roteiro de sua "galinha dos ovos de ouro". Quem assistiu Dragon Ball com certeza se fez a mesma pergunta, já que ninguém conseguiria imaginar Super Sayajins e todo tipo de ataques arrasadores no início da trama. Já era um milagre o jovem garoto macaco conseguir lançar o seu tão famoso Kame-Hame-Ha (mesmo assim apenas de vez em quando) que tornava tudo ainda mais surreal e mostrava um pouco do quanto Akira podia brisar. Eu acredito que a partir do momento em que surge Pícolo, com todo seu poder de destruição, a série deixa de ser apenas um conto sobre esferas e lutadores que combatem por motivos pessoais, para um tremendo épico de combates mortais pelo destino do planeta e da vida que habita nele.



Se você refletir por um segundo, verá que hoje em dia são poucas coisas que um Anime de ação tem que não lembre DB, claro que muitos outros temas e características surgiram depois, mas pense em:
Um personagem comilão, choque de dois ataques poderosos, canalizar energia ao redor do corpo, gente tarada e pervertida, monstros gigantes, personagens que se transformam para ficar mais fortes, cenas de voo com nuvens e montanhas por todo lado, a morte de alguém que volta mais tarde ainda mais poderoso (?) entre outras porradas de incentivos para futuros mangakás criarem trabalhos excelentes.   
Com isto, podemos concluir que Akira Toriyama estava a frente de seu tempo quando pensou algo no estilo de Dragon Ball e criou uma marca registrada no traço de sua arquitetura e monstros que poucos outros conseguiram igualar.

Agora, tanto seu Dr. Slump quanto DB e DBZ (não cito o GT porque foi dirigido por outra pessoa, embora tenha a historia feita pelo Toriyama) estão velhos e muitos os consideram até mesmo mal desenhados e infantis em comparação com o que se tem hoje. Eu não julgo estas pessoas, afinal eu também admito que existem coisas cansativas e ultrapassadas na primeira fase de Dragon Ball, já que estou acostumado com uma interação entre personagens mais "rápida", coisa que não existia em desenhos tão antigos como este. Mesmo assim, falar mal deste Anime é como falar mal do Senhor dos Anéis do Tolkien, é tão clássico que mesmo que se passem cem anos (o que não falta muito para O Senhor dos Anéis) ainda sim vai ser bom começar tudo de novo.  
   
E para encerrar o post, que não ficou grande como o do Wolf's Rain, mas que me satisfez bastante... deixo minhas boas memórias e memórias de Akira Toriyama que se transformaram neste maravilhoso mundo de Dragon Ball. Eu me lembro de assistir este Anime no SBT junto de Mega Man (que aliás, acho que merece um post aqui no Guardião) e ficar triste toda vez que o episódio acabava.



2 de nov. de 2011

O Menino Com a Chave

Para os fãs de Kingdom Hearts, o assunto desta vez não poderia ser melhor...


                                                       Kingdom Hearts-Mangá

Já faz algum tempo que venho tendo vontade de ler o Mangá do K.H, mas sempre me esquecia de conferir. A culpa talvez seja da desconfiança que tinha de ver apenas uma cópia do jogo em preto e branco e com algumas falas trocadas, porém, da mesma forma que não se pode julgar um livro pela capa, também não se deve menosprezar um Mangá por ser uma "versão" da obra original. 
Digo isto porque a primeira coisa que vi é que tudo está com o toque do Mangaká responsável pelo projeto, logo, o traçado dos personagens é completamente diferente do jogo original e suas personalidades receberam um certo... exagero, com direito a SDs (super-deformed, o personagem fica todo distorcido em situações exageradas e engraçadas) e até mesmo falas mais "expressivas" vindo de personagens que ficaram meio apagados no jogo. Um exemplo disto é que Sora (protagonista) é bem mais criança do que no jogo, porém menos bobo e extravagante, ele fala de forma mais displicente e age mais por instinto, dando até mesmo apelidos para certos personagens (como é o caso de Cid, do FFVII que ele chama de "vovô" ou quando encontra um mais velho e chama de "senhor").
Quanto ao pessoal da Disney, não ha muito o que destacar, eles estão até mesmo mais bem feitos do que em muitos quadrinhos que já vi por ai, mas confesso que é bem legal ver o Donald e o Pateta lutando de forma séria e sendo mostrados com ângulos de quadrinhos mais dinâmicos. 

Pode conferir o quanto ficou diferente
Para quem não sabe, Kingdom Hearts é um jogo de Play Station 2 que foi lançado no começo de 2002 pela famosa Square Enix (Square Soft na época). O jogo conta a história de três amigos, Sora, Riku e Kairi, eles vivem em um mundo sem nenhum atrativo fora do comum (tipo o nosso) e decidem construir uma jangada para sair da ilha onde Kairi mora (no jogo, fica claro que há uma espécie de vilarejo não muito longe da ilha, Sora mora neste com sua mãe, que nunca foi mostrada, quanto a Riku não é revelado nada a respeito de sua vida normal), explorando, assim outros mundos que estão espalhados por aí.
Uma noite antes da viagem das três crianças, Sora acorda em casa ouvindo ruídos estranhos vindos da direção do mar,bem na região em que se encontra a ilha em que Kairi vive. Sora corre desesperado para o lugar e descobre que está havendo o que parece ser uma espécie de "apocalipse" particular na ilha, criaturas feitas de sombra surgem por toda parte e por mais que Sora as ataque com sua espada de madeira elas não sentem dor. No meio do caos, o menino corre para uma caverna que gostava de se esconder desde que era pequeno, esta caverna sempre despertou sua curiosidade por ter uma porta de madeira em seu final, no entanto, ela não tinha maçaneta e nem fechadura. Ao entrar na caverna, Sora se depara com Kairi, ela está em frente a porta misteriosa e, ao ver seu amigo de infância se inclina para frente como se estivesse caindo, neste momento a porta se abre e uma enorme corrente de ar a empurra em direção ao garoto, mas na hora de agarrá-la seus corpos se transpassam como dois fantasmas. Kairi desaparece.
Sora volta para a ilha e encontra Riku em seu habitual lugar, olhando para o horizonte, ele não parece se importar com o céu rodando em turbilhão e os monstrinhos de sombra que aparecem por toda parte, Sora se aproxima e grita seu nome, Riku apenas se vira e estende a mão em sua direção, dizendo que as trevas não vão machucá-lo se o seu coração não sentir medo delas. Enquanto fala, Riku é engolido pelas sombras, e o mesmo processo começa a acontecer com Sora, ele resiste bravamente,  e quando está completamente soterrado na escuridão, a voz de Kairi o reanima, criando uma luz dourada em sua mão direita.
Sora se vê em pé novamente na praia e com o que parece ser uma chave gigante em sua mão direita, a palavra "Keyblade" ecoa no ar. Rapidamente, o menino descobre que pode fazer dano as criaturinhas de sombra com sua nova arma e começa a se defender.
Sora não sabe quanto tempo mais aquilo vai durar, até que as pequenas sombras recuam para depois surgir um enorme monstro negro, com um buraco no peito em forma de coração, Sora o enfrenta, mas acaba sendo sugado por um portal que se abre no céu.

Esta é a introdução da historia do protagonista, em alguns momentos enquanto ela passa, temos alguns flashes em um castelo chamado "Disney" em que o rei misteriosamente desapareceu e deixou seus dois servos de maior confiança na tarefa de encontrar o portador da chave que poderá trazer paz e equilíbrio entre os mundos.

Quando joguei Kingdom Hearts pela primeira vez, já sabia o que ia encontrar, porém não sabia como ia encontrar, a surpresa do primeiro jogo foi até mesmo boa, mesmo que meio irritante as vezes.
Assim como o jogo, o Mangá conta a mesma historia, que consiste na trajetória de um garoto que além de querer desesperadamente reencontrar seus amigos, precisa restabelecer a ordem nos mundos da Disney que foram invadidos por esta força negra que são os Heartless (sem-coração), comandados por um grupo de vilões antigos de contos-de-fadas, liderados por um pesquisador louco por poder e verdade chamado Ansem.
O jeitão do Sora ficou bem engraçado
(página tirada do site Central de Mangás)
O que mais agrada na série K.H, sem dúvidas é a participação dos personagens dos jogos Final Fantasy, mesmo que eles apareçam só de vez em quando e haja apenas mundos da Disney com alguns outros inventados para se visitar.
O Mangá pode ser mais interessante em termos de história do que o jogo simplesmente porque sua dinâmica é bem melhor e os personagens convencem mais do que com aquele jeito certinho que a Disney obrigou a Square a seguir. A leitura desta vez é feita da esquerda para a direita como no estilo ocidental.


Além do primeiro, existem Mangás de K.H Chain of Memories e K.H II, que contam a continuação na ordem cronológica da historia, destaco que o K.H II é, de longe muito mais sério do que os dois primeiros, tanto o jogo quanto o Mangá, talvez por ter a inclusão de novos personagens mais sérios na trama.

O responsável pela adaptação desta obra é Shiro Amano, certamente a melhor coisa que ele podia fazer foi dar um toque pessoal a Kingdom Hearts, que merece, com certeza, ir mais além do que o jogo (que não é pouca coisa) e ganhar mais versões. Quem sabe mais tarde não somos presenteados com um Anime? Não seria nada mal.