Páginas

20 de dez. de 2011

O Castelo Andante de Howl

Saudações leitores, depois de sete dias estou de volta com uma postagem sobre animação. Mesmo que seja um filme todo feito no estilo Anime, não deixa de ser um filme, por isso ja sabem em que marcador vai estar.


O Castelo Animado é produzido pelo grande diretor de animação Hayao Miyazaki, o mesmo de A Viagem de Chihiro (2001) ou Princesa Mononoke (1997). O filme é uma adaptação do livro Howl's Moving Castle da escritora inglesa Diana Wynne Jones. Mesmo tendo muitas diferenças no roteiro, ainda sim é uma obra fiel e consegue ser extremamente original, tanto no desenrolar da trama quanto no traço de cada personagem.



Sophie é uma jovem simples que trabalha na chapelaria de sua família, ela não se importa em levar uma vida de luxos e regalias como seus familiares, parecendo ser a única que trabalha na loja. Um dia ao visitar sua irmã Lettie, Sophie é importunada por oficiais do exército, mas um misterioso e belo rapaz a salva. Pensando que está tudo bem, a garota nem imagina que trouxe para si os mau-olhares da temida Bruxa Das Terras Abandonadas, que por alguma razão desconhecida lhe lança uma maldição, transformando-a em uma velha.
Sem mais motivos para permanecer em sua casa, Sophie foge sem que ninguém perceba e parte para a direção em que dizem morar a Bruxa. Durante sua longa viagem, ela encontra um velho espantalho que tem um nabo no lugar da cabeça, dando-o o respectivo nome de Cabeça de Nabo, a criatura de alguma forma é encantada e possui vida própria, levando Sophie por um caminho específico até que se deparam com o que parece ser um enorme Castelo que possui um formato semelhante ao de um inseto que se move com longas patas feitas de metal.
O espantalho ajuda a "jovem" senhora a subir na construção em movimento e depois desaparece de vista, Sophie então descobre que mesmo parecendo um grande e imponente castelo por fora, por dentro se assemelha a uma casa velha e empoeirada.
Ao se aproximar da lareira, uma estranha criatura que parece ser feita de fogo se manifesta, ele diz que seu nome é Calcifer e que é um raro demônio do fogo, capturado pelo poderoso mago Howl, ele pede a Sophie que o liberte do pacto que foi estabelecido entre Howl e ele, Sophie acaba concordando depois que o demônio promete traze-la a sua antiga forma de menina, depois dorme profundamente em frente a lareira onde vive a criatura.
Sophie é acordada no dia seguinte por um garotinho que usa um disfarce de velho, se passando por um feiticeiro adulto, seu nome é Markl, sendo apenas um aprendiz de Howl, ao ver que o garoto não tem muito o que comer, decide sustentar a mentira de que é uma nova empregada e obriga Calcifer a esquentar uma frigideira para o café-da-manhã, que desta vez veio a ser mais do que apenas pão adormecido.
Enquanto prepara o café, o tão mencionado Howl chega, atravessando a porta do castelo (que mais parece a porta de uma casa mesmo) que o liga a vários lugares diferentes. Sophie fica chocada ao perceber que ele é o mesmo rapaz que a salvou dos soldados aquele dia, o garoto não parece reconhecê-la, e muito menos estranhar sua presença, apenas entra feliz e sorridente e começa a ajudar Sophie com o café.
O grande problema é que durante os dias em que Sophie perambula pela cidade e mais tarde acaba amaldiçoada, partindo em busca de sua juventude de volta, o príncipe do reino vizinho havia desaparecido de forma suspeita, iniciando assim uma guerra sem tréguas entre as duas forças predominantes, uma atacando por ter sido acusada e a outra simplesmente exigindo que libertassem seu príncipe.
Dentre os conflitos de naves de guerra, magia e fugas desesperadas, a vida e o passado do misterioso Howl vai se revelando, mostrando que ele é mais do que um simples mago fugitivo cercado de tenebrosos boatos.


O que mais conseguiu me impressionar neste filme é que ele tem todo um ar de simplicidade, algo raro de se ver em animações que tratam de uma guerra. Tudo, desde o cenário até as roupas dos personagens tem um toque mais liso e delicado, lembrando muitas vezes os desenhos da Disney, mas basta olhar para o rosto de cada um deles que vemos que se trata de um longa feito em anime.
Os personagens são muito bem trabalhados, porém não muito explorados, e isso chega impressionar muito, porque mesmo assim podemos gostar deles em apenas alguns minutos de animação em que são apresentados. Howl, diga-se de passagem é um personagem Metrossexual (é um homem que se cuida como uma mulher - não confundir com andrógeno) mas isso o torna único e muito legal, nunca o vemos como um simbolo de fragilidade, Sophie também não representa fragilidade ela tanto velha quanto jovem é corajosa e esperta (mesmo que quando velha seja resmungona e meio cabeça dura).

   
Muitas coisas importantes também são passadas através de certas características ou atos dos personagens, como o fato de Sophie ser muito mais feliz como velha, mas vivendo com o pequeno Markl e cuidando dele como uma mãe, ou simplesmente quando Howl a encoraja, vendo-a não como uma velha, mas a sua verdadeira personalidade que não mudou mesmo com a idade.

Os níveis de animação são realmente únicos, misturando um pouco de computação gráfica nas máquinas que aparecem ao longo da história, mas nada muito exagerado, todo o resto é feito apenas na simples e clássica animação convencional, firmando-se e destacando-se pela qualidade da textura, os ângulos de câmera e os movimentos impecáveis.

O jeito como as coisas são desenhadas nesse filme fazem um grande contraste com as naves de guerra que vem logo depois, quando vemos os cenários bonitinhos, vivos e tão cheios de cores, não acreditamos quando aparece uma frota de bombardeiros e detona tudo, transformando um cenário bonito em um campo de batalha em chamas.


Hayao Miyazaki é realmente um gênio das animações, seus trabalhos sempre vão se destacar não apenas por qualidade mas também por espírito, mostrando as coisas da forma mais simples e provando que mesmo assim tudo pode ser levado a sério sem perder a fórmula principal.
Para todas as pessoas, digo que vale a pena assistirem este filme, pode não ser a história mais bela do mundo e nem mesmo a animação mais bem feita, mas com certeza é uma obra que nunca será esquecida. Vale a pena dedicar umas duas horas para saber como Sophie conseguiu lidar com a maldição, como o príncipe desapareceu e qual o mistério que envolve o pacto de Howl e Calcifer.

Confira abaixo o Trailer do filme, lembrando que foi produzido em 2004. É impossível não se lembrar das animações da Disney também, afinal de contas foi a própria que forneceu seus estúdios para esta obra ser realizada.
  

2 comentários:

Anônimo disse...

É um dos melhores desenhos desse diretor. Merecia ganhar o Oscar no tempo, mas já deixei de esperar demais dessa premiação.

Outro ótimo desenho dele é A Princesa Mononoke.

biiaa disse...

puxa Algusto vc continua foda mesmo hem ! eu disse que o castelo animado era o maximo ^^ num canso de assistir
vlw saudades de vc my lordy