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30 de mai. de 2014

Godzilla - O Retorno do Rei

De volta! Esse deve ter sido o meu record de tempo longe do blog, mais uma vez renovei meu fôlego, e não apenas isso, eu tive o privilégio de presenciar um filme do Big G. nos cinemas e com os melhores efeitos especiais possíveis, existe motivo maior pra eu voltar a postar?

Eu vi o filme no dia 17, um dia depois de estréia, então acho que devo desculpas por não ter feito isso mais cedo.

Antes de mais nada, vou avisar que a postagem inteira estará cheia de spoilers, então se ainda pretende ver o filme recomendo que espere e leia só depois.

Gareth Edwards é o diretor deste filme, sabe o que mais ele dirigiu? Monsters, sabe o que isso significa? Não? Eu também não sei, não acho o filme em lugar nenhum pra ver, MÁÁÁS eu soube que é um filme muito bem feito, que por conta do baixo orçamento teve pouca participação dos monstros em questão, no entanto contou com uma ótima historia de humanos, e isso tem quase tudo em comum com Godzilla, menos a parte da ótima historia com humanos.

Ok, vamos lá, o filme tecnicamente é sobre animais matusaléns se digladiando enquanto percorrem o globo e vão parar por fim nos EUA, até aí tudo bem, é o que esperamos de um filme com o nome Godzilla, porém, mesmo eu já ressaltando antecipadamente que gostei muito do filme, sinto informar que a historia gira quase que inteiramente no drama humano, e isso não seria um problema pra mim se essa fosse a única parte falha do filme.
Eu já fiz uma postagem aqui sobre Kick Ass, e não sei se em algum momento disse que gostei da atuação do Aaron Taylor-Johnson como protagonista, porque eu gostei, mas vejam bem, uma coisa é o cara interpretar Dave Lizewski que é um personagem adolescente nerd e com cara de paisagem, outra coisa é ele interpretar um militar que acabou de perder o pai e tem três monstros gigantes indo em direção a cidade onde mora sua família e encarar isso com a mesma cara de paisagem. A atuação de Aaron Taylor não chega a ser ruim na minha opinião, mas a falta de expressão do rapaz deixa tudo muito maçante, você simplesmente não espera que ele mude de expressão o filme todo, e de alguma forma o roteirista decidiu que as câmeras deveriam ficar sobre ele por 87% da trama.

Ah sim, mas temos também o personagem do Bryan Cranston, ele protagoniza os primeiros minutos do filme, e eu devo dizer que eles são espetaculares, porém são apenas os primeiros minutos já que ele morre e então só nos resta o Aaron Taylor, aliais, mesmo aparecendo tanto, eu não consegui memorizar o nome do personagem dele, não senti a menor vontade de prestar atenção nesse detalhe, e sim, infelizmente até nos melhores momentos eles deram um jeito de costurá-lo para que fique evidente que os monstros são parte do plano de fundo.

Vamos desviar nossa atenção agora para as criaturas gigantescas e consequentemente nos focar no que o filme tem de melhor.

Existe uma inversão de papéis neste filme na parte dos monstros, eu vou tentar deixar o mais bem explicado possível.
O grande vilão que se alimenta de energia nuclear e tenta a todo custo sobrepujar a raça humana para voltar a reinar na terra é o M.U.T.O (Massive Unidentified Terrestrial Organism / Organismo Terrestre Massivo Não Identificado), exatamente um macho e uma fêmea prontos para construir um ninho e repovoar a superfície, as criaturas tem um design maravilhoso e são assustadoras, ainda mais quando você imagina o que elas podem fazer com o nosso mundo.
O Godzilla por sua vez é quase uma lenda entre americanos e japoneses, o monstro foi visto pela última vez em 1954 (homenagem ao lançamento do filme original de 54), e as bombas de Hiroshima e Nagasaki nada mais foram do que uma tentativa de destruí-lo na época em que ele veio para a superfície pela primeira vez, o paradeiro da criatura agora é desconhecido, mas o professor Serizawa (outra homenagem ao clássico) acredita que o grande monstro virá para restabelecer a ordem no planeta, destruindo os dois Mutos.

E sim, Godzilla é o herói neste filme, não um anti-herói, mas um herói mesmo, o monstro está claramente do lado dos humanos e evita até mesmo em certos momentos causar tanta destruição quanto seus dois inimigos mortais, eu esperava que ele fosse indiferente com os humanos como o Godzilla da década de passada e é um pouco dificil ver o Big G. sendo tão pacífico e tolerante a mísseis e disparos de tanques.
O Visual de Godzilla está perfeito, ele é um animal em todos os aspectos, não sobrou resquício de movimentos humanos nele e ainda sim a criatura se move de uma forma muito familiar, é impressionante a sensação de peso e altura que conseguiram transmitir.

Tirando o lado tolerante, Godzilla não deixa nada a desejar, nós temos a aparência, o rugido, a bravura e... meu deus.... ele até mesmo pode disparar um bafo atômico, definitivamente a cena mais marcante de todo o filme, quando sua cauda começa a acender e as placas dorsais vão intensificando o brilho até que ele vomita um jorro de chamas azuladas contra o Muto fêmea (que é quase do tamanho dele e umas sete vezes maior que o macho).



A historia envolvendo humanos tem seus altos e baixos, o personagem do Ken Watanabe (Dr. Serizawa) é destacado mas não chega a fazer absolutamente nada de importante além de dar palpites sobre o comportamento das criaturas, no entanto existe uma cena muito forte com ele onde com poucas falas ele deixa uma crítica evidente sobre o uso da energia atômica como arma de destruição em massa.
As autoridades são impressionantemente burras, mais do que o normal. Nós vimos o governo sendo eficiente e misterioso em Cloverfield, mas em Godzilla o plano principal é detonar uma bomba ainda mais potente do que a de 1945 bem em cima das criaturas, sendo que elas se alimentam de radiação, seria o mesmo que tentar matar Superman com uma bomba solar, desde a metade do filme ja sabemos que não há nada que os soldados possam fazer e mesmo assim temos que acreditar que todo o plano deles tem alguma chance de funcionar, no entanto, as cenas envolvendo os monstros e humanos são muito boas, eu dou destaque para acena da ponte.... definitivamente um enorme cagaço.

O visual do filme está perfeito, a aura de catástrofe e fim do mundo são bem trabalhadas e realmente acreditamos que o mundo corre perigo, mesmo sem vermos os monstros direto (um bom charme, diga-se de passagem é poder vislumbrá-los de tempos em tempos).

A luta no final, quando os tres monstros finalmente se confrontam é muito entusiasmante, lembrando demais os filmes clássicos da Toho, com o Godzilla apanhando e depois virando a batalha com golpes surpresas, no entanto ao todo houveram três lutas no filme, porém somente a ultima foi mostrada, isso me deixou com um gosto amargo na boca, como se o diretos simplesmente tivesse excluido as cenas, ou que alguem virou a camera no momento exato em que os bichos partiram um contra o outro e escolheu não mostrar o que estava acontecendo.

No final das contas, Godzilla é um filme que agrada mais os fans do monstro por ter cenas muito bem feitas com ele, porém se sustenta apenas pelo fanservice, eu mesmo gostaria de ve-lo muitas outras vezes. Mas se o nome Godzilla não significa nada pra você, sugiro que evite vê-lo pois vai ter muito drama humano desnecessário e pouca briga de monstros, nesse caso é melhor ficar com o Circulo de Fogo mesmo.













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