Postagem um tanto quanto inesperada hoje, pois quero falar de um livro.
Para quem ainda não conhece, para quem já ouviu falar, para quem não gostou e principalmente para quem já leu e adorou...
A BATALHA DO APOCALIPSE
ATENÇÃO!! ANTES DE COMEÇAR A LER, TENHA EM MENTE QUE AS PALAVRAS QUE SEGUEM ABAIXO SÃO APENAS PARTE DA MINHA OPINIÃO SOBRE O LIVRO. EU NÃO SOU CRÍTICO E MUITO MENOS ESCRITOR PROFISSIONAL, PORTANTO NÃO ENTENDA COMO UMA CRÍTICA ABSOLUTA.
Confesso que quando tive este livro em mãos há uns meses atrás, hesitei muito antes de começar a lê-lo. De fato, pensava mesmo que ia encontrar uma monstruosa referência cristã/católica, misturada a fatos ofuscados e passagens bíblicas que no final levaria a um desfecho medíocre que mostraria nada mais do que a interpretação do autor sobre a última parte do Novo Testamento.
No entanto, quando comecei a ler a história e me deparei com a primeira descrição sobre o poderoso Arcanjo Miguel e como o nível hierárquico é definido no mundo celestial acabei percebendo que a trama nada mais era do a genuína reprodução de um mundo épico criado pela mente de Eduardo Spohr (autor) misturado com fragmentos de culturas e crenças que prosperaram ou simplesmente foram ignoradas com o passar dos anos.
Minha maior surpresa foi descobrir que o sujeito inseriu uma dose cavalar de cultura popular ao seu trabalho, dando nomes as técnicas dos anjos e descrevendo seus poderes como quem descreve movimentos especiais durante uma partida de RPG, claro que em certos momentos eu até considerei isto um tanto constrangedor, porém divertido em outros. Vamos a sinopse do livro e depois tudo o que tenho a dizer sobre ele.
Ablon é um dos mais poderosos generais celestes, um Querubim honrado e valente que é capaz de embater até mesmo contra as forças do destino para alcançar a justiça.
De acordo com a historia do livro, Deus criou a Terra após ter vencido um adversário negro nas místicas Batalhas Primevas, para poder encarar a tal criatura (Tehom) ele criou os Arcanjos, que conseguiram massacrar seus oponentes negros, servos da tal entidade. Depois de derrotar a ameaça, a construção da terra foi demarcada com a contagem de "sete dias", dos quais representavam períodos distintos, depois de criar toda a sua obra prima, Deus entrou em um grande estado de sono, do qual seria acordado apenas no final do último dia, que diferente dos outros seria marcado com a evolução humana e junto com seu despertar viria o apocalipse.
No entanto, enquanto Deus dormia, o arcanjo Miguel, repudiando os humanos que seu criador tanto prezou ao ponto de presentear com o livre arbítrio tentou matá-los de várias maneiras, como a destruição de Sodoma e Gomorra e o dilúvio (na versão original fora Deus mesmo que matara a todos), no entanto nunca conseguia causar medo suficiente ou eliminar todos de vez.
Cansado de tudo aquilo, Ablon convocou uma reunião com todos os generais e todos aqueles que aceitaram a ideia de que Miguel estava indo longe demais, e para a surpresa do Querubim, o arcanjo Lúcifer também decidiu se juntar ao grupo. No entanto, no momento em que a reunião deu início, Lúcifer traiu os demais e incitou uma rebelião, o que resultou em sua expulsão junto com todos os seus seguidores, e ao banimento dos generais Querubins, tarjados agora como renegados.
Vivendo na Terra agora, Ablon não tem muitas escolhas a não ser esperar que o sétimo dia acabe e que a batalha do apocalipse comece, para que os dois mundos se tornem um só e podendo assim alcançar o paraíso novamente para ter o direito de morrer lutando por sua causa, no entanto, ele descobre muito mais coisas junto com os humanos do que poderia um dia imaginar quando estava em sua glória eterna.
OK esse não é exatamente o prelúdio da trama, mas serve bem como introdução, a primeira coisa que vou falar sobre o livro é a narrativa.
Eduardo Spohr sem sombra de dúvidas tem muito talento como escritor, ele consegue descrever cenários com uma complexidade incrível, a narrativa é em terceira pessoa, mesmo que em uma parte em específico ela fique em primeira. Da forma mais Tolkeniana possível, Spohr gosta de enriquecer sua historia com a mais detalhada ênfase, nos fazendo sentir mergulhados na atmosfera do ambiente, a única coisa que realmente enche o saco nesse ponto é que em vários momentos a historia começa a se arrastar exatamente por causa disso, é comum em alguns momentos em que você está curioso pra saber o que vai acontecer logo no final de uma parte mas nesse momento o personagem chega em uma nova cidade, e ai vai uma página inteira descrevendo os pormenores de como é esta cidade e como ela funciona. Mas deixando este detalhe de lado, eu afirmo que as vezes tem até mesmo como sentir os cheiros descritos no livro, só é uma pena que raramente o autor menciona maravilhosas refeições, assim como é costume nos livros de literatura fantástica.
Os personagens que ao mesmo tempo são formidáveis também deixam um pouco a desejar, quem gosta de Cavaleiros do Zodíaco vai notar uma certa referência a série, os Arcanjos usam armaduras de ouro completas, conseguem sentir e controlar átomos assim como o cosmo, a energia que todos os anjos usam para manifestar seu poder é chamada de Aura Pulsante, da qual queima quando eles precisam lutar. Eu pessoalmente gosto disso porque não acho que estes detalhes estraguem os personagens, pelo contrário, acredito que esse padrão se encaixou perfeitamente aos anjos da história, cada anjo apresenta tanto aparências distintas como também personalidades, no entanto, assim como os humanos que nos são mostrados eles perdem muito em carisma, o protagonista Ablon é um bom personagem, mas não consegue nos motivar nem quando está ganhando e muito menos quando está prestes a perder algo importante, ele simplesmente faz as coisas com a velha desculpa de que segue seus instintos e nunca parece estar lutando por sua própria vontade. Apesar de tudo isto, tanto ele quanto sua companheira humana, a necromante Shamira não chegam a ser irritantes e passam longe do desprezo dos leitores.
A história é simplesmente épica, sem mais palavras.
O grande e sem sombra de dúvidas mais problemático ponto em todo o livro, são os momentos de flash back que o autor nos empurra, eu pessoalmente gostei de todos, porém não posso negar que eles são exageradamente extensos e muitas vezes adicionam fatos desnecessários a trama principal. Imagine dessa forma: você está lendo o livro em um certo ritmo, gostando muito da história e ficando cada vez mais empolgado, o capítulo está acabando e um grande clímax começa a se formar... de repente, em um virar de páginas a história te lança para 1500 anos no passado em uma situação que não tem absolutamente nada a ver com a atual.
Isso significa que toda aquela expectativa acumulada foi por água a baixo, pois agora é necessário um fôlego completamente novo para começar uma história dentro da outra, da qual sabe-se lá quantas páginas pode durar. Claro que nem tudo nisso é ruim, pois nessas tramas paralelas alguns personagens muito bem trabalhados nos são apresentados, e os flash backs tem histórias tão legais quanto a principal.
Finalizando agora a postagem e deixando minha impressões finais sobre o livro.
Eu realmente gostei DEMAIS de A Batalha do Apocalipse, mesmo que os personagens não estejam guardados pra todo o sempre nas minhas melhores lembranças (diferentes de tantos outros), toda a trama e reviravolta apresentada no livro com certeza me marcou de forma especial, cada grande feito, cada batalha, cada informação passada a respeito do universo fantástico que Spohr criou. Eu recomendo muito esse livro para os adoradores de uma boa literatura épica, fãs de RPG (principalmente D&D, porque eu pude perceber que o autor usou o sistema de evolução de personagem do jogo em seus anjos) e também aqueles que sempre sonharam em ler um trabalho brasileiro que se compare as espetaculares aventuras que os gringos inventam. O autor conseguiu criar em cima de histórias antigas, lendas e religião, um clima único e um mundo próprio e original, sem agredir conceitos ou idéias, apenas mostrando uma outra face um pouco mais... nerd.
Para quem ainda não conhece, para quem já ouviu falar, para quem não gostou e principalmente para quem já leu e adorou...
A BATALHA DO APOCALIPSE
ATENÇÃO!! ANTES DE COMEÇAR A LER, TENHA EM MENTE QUE AS PALAVRAS QUE SEGUEM ABAIXO SÃO APENAS PARTE DA MINHA OPINIÃO SOBRE O LIVRO. EU NÃO SOU CRÍTICO E MUITO MENOS ESCRITOR PROFISSIONAL, PORTANTO NÃO ENTENDA COMO UMA CRÍTICA ABSOLUTA.
Confesso que quando tive este livro em mãos há uns meses atrás, hesitei muito antes de começar a lê-lo. De fato, pensava mesmo que ia encontrar uma monstruosa referência cristã/católica, misturada a fatos ofuscados e passagens bíblicas que no final levaria a um desfecho medíocre que mostraria nada mais do que a interpretação do autor sobre a última parte do Novo Testamento.
No entanto, quando comecei a ler a história e me deparei com a primeira descrição sobre o poderoso Arcanjo Miguel e como o nível hierárquico é definido no mundo celestial acabei percebendo que a trama nada mais era do a genuína reprodução de um mundo épico criado pela mente de Eduardo Spohr (autor) misturado com fragmentos de culturas e crenças que prosperaram ou simplesmente foram ignoradas com o passar dos anos.
Minha maior surpresa foi descobrir que o sujeito inseriu uma dose cavalar de cultura popular ao seu trabalho, dando nomes as técnicas dos anjos e descrevendo seus poderes como quem descreve movimentos especiais durante uma partida de RPG, claro que em certos momentos eu até considerei isto um tanto constrangedor, porém divertido em outros. Vamos a sinopse do livro e depois tudo o que tenho a dizer sobre ele.
Ablon é um dos mais poderosos generais celestes, um Querubim honrado e valente que é capaz de embater até mesmo contra as forças do destino para alcançar a justiça.
De acordo com a historia do livro, Deus criou a Terra após ter vencido um adversário negro nas místicas Batalhas Primevas, para poder encarar a tal criatura (Tehom) ele criou os Arcanjos, que conseguiram massacrar seus oponentes negros, servos da tal entidade. Depois de derrotar a ameaça, a construção da terra foi demarcada com a contagem de "sete dias", dos quais representavam períodos distintos, depois de criar toda a sua obra prima, Deus entrou em um grande estado de sono, do qual seria acordado apenas no final do último dia, que diferente dos outros seria marcado com a evolução humana e junto com seu despertar viria o apocalipse.
No entanto, enquanto Deus dormia, o arcanjo Miguel, repudiando os humanos que seu criador tanto prezou ao ponto de presentear com o livre arbítrio tentou matá-los de várias maneiras, como a destruição de Sodoma e Gomorra e o dilúvio (na versão original fora Deus mesmo que matara a todos), no entanto nunca conseguia causar medo suficiente ou eliminar todos de vez.
Cansado de tudo aquilo, Ablon convocou uma reunião com todos os generais e todos aqueles que aceitaram a ideia de que Miguel estava indo longe demais, e para a surpresa do Querubim, o arcanjo Lúcifer também decidiu se juntar ao grupo. No entanto, no momento em que a reunião deu início, Lúcifer traiu os demais e incitou uma rebelião, o que resultou em sua expulsão junto com todos os seus seguidores, e ao banimento dos generais Querubins, tarjados agora como renegados.
Vivendo na Terra agora, Ablon não tem muitas escolhas a não ser esperar que o sétimo dia acabe e que a batalha do apocalipse comece, para que os dois mundos se tornem um só e podendo assim alcançar o paraíso novamente para ter o direito de morrer lutando por sua causa, no entanto, ele descobre muito mais coisas junto com os humanos do que poderia um dia imaginar quando estava em sua glória eterna.
OK esse não é exatamente o prelúdio da trama, mas serve bem como introdução, a primeira coisa que vou falar sobre o livro é a narrativa.
Eduardo Spohr sem sombra de dúvidas tem muito talento como escritor, ele consegue descrever cenários com uma complexidade incrível, a narrativa é em terceira pessoa, mesmo que em uma parte em específico ela fique em primeira. Da forma mais Tolkeniana possível, Spohr gosta de enriquecer sua historia com a mais detalhada ênfase, nos fazendo sentir mergulhados na atmosfera do ambiente, a única coisa que realmente enche o saco nesse ponto é que em vários momentos a historia começa a se arrastar exatamente por causa disso, é comum em alguns momentos em que você está curioso pra saber o que vai acontecer logo no final de uma parte mas nesse momento o personagem chega em uma nova cidade, e ai vai uma página inteira descrevendo os pormenores de como é esta cidade e como ela funciona. Mas deixando este detalhe de lado, eu afirmo que as vezes tem até mesmo como sentir os cheiros descritos no livro, só é uma pena que raramente o autor menciona maravilhosas refeições, assim como é costume nos livros de literatura fantástica.
Os personagens que ao mesmo tempo são formidáveis também deixam um pouco a desejar, quem gosta de Cavaleiros do Zodíaco vai notar uma certa referência a série, os Arcanjos usam armaduras de ouro completas, conseguem sentir e controlar átomos assim como o cosmo, a energia que todos os anjos usam para manifestar seu poder é chamada de Aura Pulsante, da qual queima quando eles precisam lutar. Eu pessoalmente gosto disso porque não acho que estes detalhes estraguem os personagens, pelo contrário, acredito que esse padrão se encaixou perfeitamente aos anjos da história, cada anjo apresenta tanto aparências distintas como também personalidades, no entanto, assim como os humanos que nos são mostrados eles perdem muito em carisma, o protagonista Ablon é um bom personagem, mas não consegue nos motivar nem quando está ganhando e muito menos quando está prestes a perder algo importante, ele simplesmente faz as coisas com a velha desculpa de que segue seus instintos e nunca parece estar lutando por sua própria vontade. Apesar de tudo isto, tanto ele quanto sua companheira humana, a necromante Shamira não chegam a ser irritantes e passam longe do desprezo dos leitores.
A história é simplesmente épica, sem mais palavras.
O grande e sem sombra de dúvidas mais problemático ponto em todo o livro, são os momentos de flash back que o autor nos empurra, eu pessoalmente gostei de todos, porém não posso negar que eles são exageradamente extensos e muitas vezes adicionam fatos desnecessários a trama principal. Imagine dessa forma: você está lendo o livro em um certo ritmo, gostando muito da história e ficando cada vez mais empolgado, o capítulo está acabando e um grande clímax começa a se formar... de repente, em um virar de páginas a história te lança para 1500 anos no passado em uma situação que não tem absolutamente nada a ver com a atual.
Isso significa que toda aquela expectativa acumulada foi por água a baixo, pois agora é necessário um fôlego completamente novo para começar uma história dentro da outra, da qual sabe-se lá quantas páginas pode durar. Claro que nem tudo nisso é ruim, pois nessas tramas paralelas alguns personagens muito bem trabalhados nos são apresentados, e os flash backs tem histórias tão legais quanto a principal.
Finalizando agora a postagem e deixando minha impressões finais sobre o livro.
Eu realmente gostei DEMAIS de A Batalha do Apocalipse, mesmo que os personagens não estejam guardados pra todo o sempre nas minhas melhores lembranças (diferentes de tantos outros), toda a trama e reviravolta apresentada no livro com certeza me marcou de forma especial, cada grande feito, cada batalha, cada informação passada a respeito do universo fantástico que Spohr criou. Eu recomendo muito esse livro para os adoradores de uma boa literatura épica, fãs de RPG (principalmente D&D, porque eu pude perceber que o autor usou o sistema de evolução de personagem do jogo em seus anjos) e também aqueles que sempre sonharam em ler um trabalho brasileiro que se compare as espetaculares aventuras que os gringos inventam. O autor conseguiu criar em cima de histórias antigas, lendas e religião, um clima único e um mundo próprio e original, sem agredir conceitos ou idéias, apenas mostrando uma outra face um pouco mais... nerd.
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