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14 de set. de 2013

Outlast - O que eu achei do jogo.

Nossa, faz tempo que não posto heim, mas finalmente tenho alguma coisa pra falar a vontade aqui (não, mentira, eu tive várias pautas nos últimos meses mas deixei elas escaparem... peço desculpas), fazia tempo que não jogava um JOGÂO de terror, tão bom quanto o primeiro Amnesia (aproveitando a citação, assim que terminar A Machine For Pigs eu trago uma análise), então, comecemos logo.




Outlast é um título desenvolvido por uma produtora independente chamada Red Barrels, este é aparentemente o primeiro jogo da equipe, e eu devo dizer que eles começaram bem até demais nesse mercado.

No jogo, você assume a papel de Miles Upshur, um jornalista independente que se vê em uma missão que poderá alavancar sua carreira a nível mundial, tudo o que ele precisa fazer é investigar um velho sanatório do qual seu informante (este que apenas lhe manda um email) suspeita estar sendo usado como meio de se fazer dinheiro pelo próprio proprietário.

O problema é que o lugar, além de ser extremamente agourento, parece estar todo fora de ordem. Quando Miles finalmente adentra no recinto e percebe os corredores abandonados com nenhum sinal de empregados, seu senso de jornalista o prepara para o pior, e é o pior que não tarda a acontecer.





Outlast é o jogo mais escatológico que já vi na minha vida, aqui, o jogador não se limita a ver cenas de atrocidade com um toque de arte abstrata como em Silent Hill, aqui vemos cenas de pessoas abertas com seus órgãos internos espalhados pelo chão, pisamos em sangue sem querer e nossas pegadas saem sujando o chão do sanatório, as vezes temos que caminhar por vísceras e ouvir aquele barulho asqueroso de carne molhada contra a sola do sapato. E é nesse ponto que se encontra o terror em Outlast, nós vamos encarar pessoas loucas e deformadas em 90% do gameplay, loucos que querem simplesmente espancar Miles por diversão, loucos que querem silenciá-lo, loucos que querem estuprá-lo e um louco gigante em especial que quer arrancar sua cabeça e guardá-la na sala de troféus pessoal dele.

Até então a maioria dos jogos de horror vinham seguindo a moda criada por Alone In The Dark e Silent Hill de usar a escuridão em momentos predominantes e munir o jogador apenas com uma lanterna, aqui foi retirado apenas o detalhe da lanterna e adicionado a visão noturna da sua câmera.
Quem já assistiu REC ou Quarentena (que são o mesmo filme, só muda o fato de que Quarentena é a versão plagiada feita por americanos) sabe que os momentos finais do filme com a câmera em modo de visão noturna são perturbadores, e é exatamente isso que Outlast extraiu de melhor desse filme, aquela visão esverdeada da câmera que ilumina de forma precária os cenários e deixa os olhos dos inimigos cintilantes quando eles te encaram.
A câmera consome bateria ao ficar ligada, mas é tão devagar que não faz a menor diferença, no entanto, a visão noturna praticamente drena as pilhas em poucos minutos se ficar ligada direto, nesse caso, é aconselhável evitar usa-la e gastar as pilhas antes da hora, já que o máximo que o jogador pode carregar são 10 e na maior parte do jogo se você acumular 7 reservas será um record.



Algumas coisas de Amnésia: The Dark Descent serviram de inspiração também, como a descoberta genial de que um jogo de terror em primeira pessoa traz uma experiencia muito mais realista do que se você estivesse vendo um bonequinho 3D virando um corredor escuro ao invés de ser você com a visão dele, mas aqui o realismo vai mais longe e é praticamente impossível não se admirar ao perceber que você pode ver o seu próprio corpo, não apenas ao olhar pra baixo, mas também ao se encostar em uma parede ou próximo a uma porta as mãos de Miles ficam evidentes, isso causa uma ótima repercussão nos movimentos do personagem e eu nunca vi nada assim em um jogo com uma temática dessas.

Os inimigos não são os mais espertos do mundo, eles não tem muito senso lógico, mas isso é proposital, já que o jogo seria impossível se eles raciocinassem mais. O melhor exemplo que posso dar, é quando o jogador está fugindo em disparada e entra em uma sala aleatória para se esconder, seja em um canto escuro atrás de um móvel, debaixo de uma cama ou dentro de um gabinete, o perseguidor checa a sala, procura alguns lugares onde o jogador pode estar escondido (ele pode acertar em cheio... dois infartos pela metade do preço) e depois vai embora, como se existisse alguma maneira de Miles ter escapado.

A movimentação dos inimigos as vezes quebra um pouco a imersão do jogo, quando eles estão andando em linha reta ou correndo, a movimentação é bem fluida, no entanto quando fazem curvas andando a animação parece um tanto quanto tosca e quando fazem curvas correndo temos a impressão que eles viraram como se fosse um veículo, dando umas pequenas deslizadas, nada demais, mas dependendo do quanto o jogador estiver a vontade ele pode até rir da situação.

Tanto ambientização quanto trilha sonora do jogo são fantásticas, todo o sanatório faz sentido, o jogador não se sente andando por labirintos propositais com paredes temáticas de um hospício, o lugar realmente convence e as musicas além de bem compostas, tocam sempre nos momentos certos (geralmente depois de um trecho silencioso).

Ao todo Outlast não é difícil, apenas é necessário uma certa sincronia em algumas partes para decorarmos as patrulhas que alguns internos fazem pelos corredores, o sentimento que mais temos pelo gameplay é o velho e conhecido "cagaço", por dar as costas para o desconhecido, fugir de um louco psicopata ou nadar por esgotos cheios de sangue sabendo que não estamos sozinhos.

Então, é isso, eu já considero Outlast o melhor jogo de horror do ano, ele é assustador, é ofensivo e muito divertido, obviamente recomendado para maiores de 18 anos ou crianças que não conseguem compreender o quanto o gore do jogo é polêmico e jogam só pra dizer que terminaram.


AH! E o final é ótimo, nada clichê e muito surpreendente.  




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