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24 de set. de 2013

Call of Cthulhu: Dark Corners of the Earth

Olá meus caros, mais uma análise de jogo hoje, não sabia que teria tantas dessas pra fazer quando voltasse a escrever (ainda tenho Rayman Origins e talvez o Legends), isso porque esse jogo não só me pareceu muito interessante como também é pouco conhecido (eu adoro falar de coisas pouco conhecidas).


                                           

OK, pra quem não sabe, Call of Cthulhu é a história mais famosa do lendário escritor americano Howard Phillips Lovecraft (H.P. Lovecraft), graças a este conto, Cthulhu, o deus com cabeça de polvo e corpo de dragão acabou virando um ícone da cultura popular, sendo referenciado em vários tipos de mídias mundo afora. De acordo com os mitos criados por Lovecraft, nosso mundo já fora habitado por criaturas extraterrestres, estes seres são chamados de Os Antigos (Ancients Ones) e exercem um grande poder sobre o mundo, mesmo a maioria estando em estado de suspensão, suas consciências ainda podem vagar, invadindo sonhos e podendo alterar a realidade com sua influência, Antigos geralmente não se importam com humanos e o próprio Cthulhu um dia será nossa ruína, pois quando ele acordar de sua moradia em R'lyeh, todo o mundo será mudado, e isto inclui a extinção da raça humana.

No entanto, esse jogo não se trata exatamente de Cthulhu, mas sim de um de seus conterrâneos (e se não me engano irmão, mas não me lembro bem), o senhor dos mares Dagon, que por sua vez é casado com Hydra. Dagon é o representante do oceano, ele pode trazer todo tipo de riqueza, desde que ela venha da água, mas depois de um tempo começa a transformar seus súditos em monstros marinhos (entidades lovecraftianas nunca são confiáveis).

Totalmente inspirado no conto A Sombra Sobre Innsmouth, Call of Cthulhu: Dark Corners of the Earth conta a historia de Jack Walters, um detetive da polícia que após se encontrar com um estranho culto em uma mansão cheia de loucos, acaba perdendo sua razão por conta das coisas que vê e é internado no Sanatório Arkhan, onde fica seis longos anos, após voltar a ativa como investigador particular, suas memórias estão confusas e ele não consegue assimilar muito bem o que realmente o deixou tão perturbado naquele dia, no entanto uma obsessão pelo sobrenatural o faz coletar todo tipo de informação sobre cultos a deuses possíveis.
Mesmo se sentindo péssimo em uma certa noite e com vontade de encerrar seus serviços por algum tempo, Jack aceita investigar um caso de desaparecimento em Innsmouth, uma cidadezinha costeira com um povo ignorante e xenofóbico.
Logo quando chega, Jack percebe que o povo da cidade esconde algo, as pessoas não querem falar sobre nada envolvendo o rapaz desaparecido e muitos parecem estranhamente agressivos. Não demora muito para Jack sentir uma forte influencia religiosa no lugar, o clima de conspiração apenas o instiga a bisbilhotar mais os assuntos dos quais deveria se afastar, o que cada vez mais o levam a uma verdade assustadora e impossível.


Esse jogo saiu em 2005 pra XBox, eu me lembro de procurá-lo ingenuamente pra PS2 e nunca achar, isso sem falar que eu sempre passava vergonha tentando pronunciar Cthulhu pro pessoal das lojas de games. Eu me lembrei dele só esse ano e decidi procurar, descobrindo assim que saiu apenas pra XBox e posteriormente pra PC. Curiosamente ele foi publicado pela Bethesda (a mesma da serie The Elder Scrolls), e eu vejo gente comentando hoje sobre The Evil Within como se fosse o primeiro game de terror onde a empresa está envolvida, mesmo que agora ela seja a desenvolvedora e não apenas distribuidora.

Os gráficos são bem fraquinhos, mesmo o jogo sendo antigo, eles se parecem mais com um PlayStation 2, tanto na versão do XBox quanto do PC, e ambos já sustentavam gráficos muito melhores nessa época.
No entanto, lembrando que este é um jogo de terror com uma historia inspirada em um conto do H.P. Lovecraft, o que significa que o gráfico é o de menos, porque o jogo tem atmosfera. Innsmouth é horrível (no bom sentido), tudo é decadente, os habitantes são pálidos e asquerosos, tem uma voz grotesca e o jogador se sente ameaçado por eles o tempo todo, pois todo lugar que você vai eles estão por perto, torcendo pra que Jack desista do caso ou imaginando o que vão fazer com ele se ele descobrir demais.
Basicamente, 60% do game é bisbilhotagem, resolução de puzzles e furtividade, só depois da metade é que conseguimos armas e na reta final os monstros aparecem.

Terror, terror mesmo, eu diria que esse game não proporciona, você fica desesperado em certos momentos porque tem partes de perseguição, e por ser em primeira pessoa, a sensação de que aquilo que acontece é com a gente acaba intensificando o medo. Lembrando também que não temos uma lanterna porque os cenários são bem iluminados, mesmo que sombrios.

Pra 2005, acredito que ele podia ser bem assustador, mas levando em conta que nenhuma desenvolvedora de grande nome tem feito bons jogos desse tipo ultimamente, acho Call of Cthuhu uma pérola em uma época que rumava para a quase extinção dos bons games de horror.

Tanto pra quem curte um bom jogo com "temática" de terror / fã de H.P.Lovecraft quanto pra quem gosta de jogos de coletar pistas, resolver enigmas e apreciar uma ótima historia eu recomendo esse clássico que quase nunca é lembrado e um pouco dificil de ser achado (nesses casos torrent ta aí pra isso).

Me despeço agora com o otimo trailer do jogo, até mais!



 







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