Desculpem não ter feito esta postagem ontem, mas acho que não fará tanta diferença, a não ser o fato de que não é mais aniversário de morte do Gary Gygax (isso mesmo, eu ia fazer uma postagem no dia de aniversário de morte do velho... DE MORTE!... bela homenagem a minha), mas seu legado continua firme e forte, e, com certeza nunca vai acabar.
E ta aqui a foto do "aparentemente"(e por que não seria) gente boa Gary Gygax |
Mas é claro que o crédito pelo RPG que temos hoje não vai só pra ele como também para o homem que o incentivou e deu novas idéias para que seu jogo expandisse e se tornasse a melhor simulação de realidade e fantasia que existe, este é Dave Arneson e graças a estes dois senhores, temos o Dungeons & Dragons.
Ele também parece ser legal pra c**alho |
Desta vez não vou explicar o que é o tema. Acho que não joguei tantas partidas para passar uma ideia tão complexa de como funciona um RPG, por isso vou deixar aqui o vídeo de um Vlogger que admiro muito Erik Fillies (aliás esse foi um dos videos mais vistos dele, uma pena, já que os outros assuntos de que trata são tão bem abordados ou ate mais importantes quanto esse). Eu sei que o vídeo é longo, mas peço que assista pelo menos até um pouco mais da metade, afinal de contas não é tão difícil assim.
Quem quiser conferir o canal dele é só clicar aqui
OK... conseguiu entender mais ou menos como funciona?
Jogar RPG se tornou uma prática extremamente comum ao redor do mundo, isso porque é a válvula de escape perfeita deste "mundo sem graça" que vemos ficar cada vez mais sem graça com o passar dos tempos. Durante uma partida (principalmente de Dungeons & Dragons), tudo pode acontecer, mesmo que o narrador tenha uma historia pronta em mente, isso porque a complexidade das planilhas permite feitos extremamente realistas (ou não...) vindos dos jogadores e a sorte nas jogadas de dados na maioria das vezes traz um resultado surpresa, como uma ação muito bem executada para os padrões de um personagem iniciante ou até mesmo a falha de uma habilidade de nível alto de um sujeito veterano (claro que veteranos quase não precisam de sorte).
Algumas pessoas acreditam (incluindo a mim mesmo) que o responsável pela inspiração de tantos designers de jogos baseados em cultura medieval foi J. R. R. Tolkien, pois ele foi o primeiro homem a popularizar a fantasia de forma tão complexa. Levando em conta que graças a ele os Dragões deixaram de ser apenas uma lenda esquecida (com excessão do oriente) para serem lembrados e usados até os dias de hoje em outras obras literárias como também em filmes e animações.
Curiosamente, muitas criaturas que fazem parte não apenas do D&D mas também de outros RPGs foram tanto inspiradas quanto simplesmente adaptadas dos trabalhos de Tolkien, como os Entes, Worgs (Warg no universo Tolkien), e uma raça nanica que, mesmo sendo diferente dos Hobbits, ainda guarda certas semelhanças chamada de Halfing.
E como falei algumas vezes outros sistemas de RPG foram sendo desenvolvidos como versões simplificadas (e nem por isso menos legais) de D&D, o que não implicava que elas deveriam ser igualmente de fantasia medieval.
Foi graças a editora White Wolf com sua temática voltada para o terror que hoje não apenas temos duas grandes pérolas do mundo dos RPGs que são Vampiro: A Máscara e Lobisomem: O Apocalipse como as duas lendas mais antigas da humanidade foram revitalizadas e salvas para sempre na forma de um sistema próprio e único de jogo.
Aqui no Brasil temos o famoso roteirista faz tudo Marcelo Cassaro, responsável pela Revista Dragão e o pequeno sistema que acompanhava a revista e instruía o jogador a cada volume chamado Tormenta, um pouco depois Cassaro desenvolveu o criativo 3D&T-Defensores de Tóquio, que encobria um sistema muito simples e surrealista, excelente para narrar aventuras que lembrassem historias de anime, mais tarde veio o mais complexo 4D&T.
Com o avanço da tecnologia e o surgimento dos primeiros consoles 16 bits(principalmente o SNES) muitos jogos foram lançados com base nos RPGs convencionais, tendo como propósito a evolução do personagem controlado pelo jogador de forma que pudesse enfrentar inimigos mais poderosos e progredir na história. A internet também foi se tornando o espaço de muitos jogadores quando jogos como Ultima Online e Tibia foram surgindo, e recebendo a sigla MMORPG (Massive Multiplayer Online Role-Playing-Game) como uma descrição única.
É um tanto estranho hoje vermos pessoas que sentem preconceito por jogadores de RPG assim como que por roqueiros, tatuados e rappers.
Do mesmo jeito que outros tipos de jogos, RPG também gera viciados, o que não significa que seja um jogo ruim (na verdade se for jogado de vez em quando faz muito bem para a mente), tudo depende da forma como se vai "mergulhar" nesse mundo. Não há nada de errado imaginar boas historias para se narrar na próxima partida enquanto faz qualquer outra coisa durante o dia, ou ter uma quedinha por qualquer coisa que esteja relacionada ao universo retratado durante as campanhas de jogatinas, afinal de contas cada um de nós vive entre o que mais gosta, e se não vive com certeza não é feliz ou ainda corre atrás desta conquista. Algumas pessoas usam drogas para se desprender desse mundo e viver uma aventura, jogadores de RPG fazem isso sem a ajuda de drogas e vivem aventuras muito mais emocionantes.
O RPG já foi citado em vários outros cenários, como em livros, teatros, filmes, desenhos etc.
No momento só consigo me lembrar do filme Shakma, em que um pessoal de uma faculdade de medicina ficava preso no prédio enquanto jogavam Live-RPG e um babuíno assassino se soltava e saia pelo lugar matando um nerd atrás do outro... (desculpem... não lembrei de mais nada... mas Shakma é legal...).
Posso lembrar também que muitos filmes e desenhos tem se inspirado em jogos de RPG para desenvolverem suas tramas. De onde você acha que veio a ideia de fazer Anjos da Noite?
Já alguns filmes que tentaram adaptar o próprio jogo acabaram se tornando bombas terríveis, como o bizarro Dungeons & Dragons: A Aventura Começa Agora, ou a sofrível versão do jogo de computador Dungeon Siege para o cinema chamada Em Nome do Rei (só se salva uma ou duas musicas do Blind Guardian no filme).
Se você ainda não conhece RPG, já está mais do que recomendadíssimo para jogar, sugiro que comece por algo simples e fácil de aprender como o Defensores de Tóquio tanto na versão 3D&T quanto 4D&T, se conhece alguém que narre, combine uma cessão ou se quiser se tornar narrador(a) procure o material necessário que são o livro ou "livros" do jogo (compre usado no Mercado Livre porque alguns são bem caros) e os dados necessários para executar os ações dos jogadores, o livro principal sempre vem com a planilha em alguma das últimas páginas, é só tirar cópias e distribuir para os membros da cessão, o resto vai depender da historia contada pelo narrador e da interpretação de cada personagem.
Se for narrar lembre-se de entender pelo menos como o básico do sistema funciona para não confundir os jogadores e nem faze-los levar vantagem ou desvantagem desnecessariamente.
Eu sei que o que escrevi aqui não é o bastante para abordar um tema destes, mas acho que uma introdução assim é mais do que suficiente para mostrar pelo menos o meu respeito por este jogo, homenagear os responsáveis por sua origem e ajudar a propagar um tema que vem crescendo de uma forma meio underground aqui no Brasil por causa do medo de certos pais ou até mesmo por intolerância da sociedade.
Espero que tenham gostado. Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário